Brasil

Governo apresenta proposta a caminhoneiros para desbloqueio de rodovias

Com a condição de que os bloqueios sejam suspensos, o governo promete sancionar a Lei dos Caminhoneiros

postado em 25/02/2015 21:29
Manifestação dos caminhoneiros paraliza rodovias em dez estados
O governo apresentou, no início desta noite, uma proposta de acordo ao movimento de caminhoneiros que bloqueia as rodovias de diversos estados brasileiros. Com a condição de que os bloqueios sejam suspensos, o governo promete sancionar a Lei dos Caminhoneiros, a prorrogação por 12 meses do pagamento de caminhões por meio do Programa Procaminhoneiro e a negociação conjunta entre caminhoneiros e empresários para que seja estabelecida uma tabela referencial de frete.

De acordo com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, essa discussão poderá ser feita por meio da instalação imediata de uma mesa de negociação permanente para discutir a tabala do frete e outros assuntos. Ainda segundo ele, a Petrobras informou hoje (25) que durante os próximos seis meses não haverá reajuste do diesel, segundo os referenciais e indicadores da estatal.

;Estamos informando [o movimento sobre a proposta], divulgando, vamos aguardar essas manifestações, a suspensão do movimento. Estamos confiantes, pela qualidade e pelo esforço do governo, numa resposta positiva;, avaliou Rossetto. O ministro acredita que, após as diversas reuniões desta quarta-feira (25), foi possível compor uma proposta que reflete ;grande parte; das expectativas dos caminhoneiros. ;Estamos seguros de que [a proposta] tem base forte positiva para que possamos sair dessa situação que estamos vivendo, recuperar o ambiente de normalidade e preservarmos toda uma agenda;.

Como exemplo, Rossetto citou as Lei dos Caminhoneiros, que altera a regulamentação da profissão e foi aprovada há duas semanas pelo Congresso, que vai beneficiar os caminhoneiros e vai ser sancionada integralmente por Dilma. ;Um dos temas importantes que está na lei é que os caminhões que trafegam vazios, estarão suspensos do pagamento de pedágio por eixo suspenso;. No entanto, o ministro afirmou que essa e as demais propostas, serão mantidas ;desde que haja a suspensão das manifestações;.

A principal queixa dos manifestantes são os recentes aumentos dos combustíveis, em especial do óleo diesel, mais usado em veículos de transporte de cargas. O aumento de R$ 0,15 por litro do diesel e de R$ 0,22 por litro da gasolina, fixado no início do ano para garantir o aumento do superávit primário do governo, foi repassado ao consumidor em 1; de fevereiro. As manifestações, que ontem (24) tiveram reflexo em mais de dez estados, já provocam desabastecimento, especialmente de combustível, em algumas cidades.

;Nossa expectativa é [uma resposta] no prazo mais curto possível. Interessa aos caminhoneiros, à sociedade, ao país uma retomada imediata da normalidade das atividades;, defendeu Rossetto. O ministro concedeu uma entrevista rápida à imprensa no início da noite no Palácio do Planalto, justificando estar em contato permanente com os representantes do movimento. Antes do anúncio, ele já havia comunicado algumas lideranças e governos estaduais sobre a proposta.

De acordo com o chefe de gabinete da Secretaria-Geral, Robinson Almeida, o representante do Comando Nacional do Transporte, Ivan Luiz Schimidt, será recebido ainda hoje por algum representante do governo. Ele não participou da primeira reunião do governo com o setor e por isso não pôde comparecer nas negociações da tarde com os empresários. Mais cedo, ele defendeu a redução do preço do diesel até que seja definido um valor de frete mínimo.

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