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Polícia de SP cumpre mandado de reintegração de posse no Parque Augusta

Um projeto para criação do parque foi aprovado em 2008, mas acabou não sendo levado adiante pela prefeitura

postado em 04/03/2015 12:09
Resistência pacífica contra a reintegração de posse
A Polícia Militar (PM) executou hoje (4) uma ação de reintegração de posse na área conhecida como Parque Augusta, na região central da capital paulista. O terreno de um antigo colégio foi comprado por duas empreiteiras, que pretendem construir um empreendimento imobiliário. Ativistas ocupavam o local, onde existe um bosque, para reivindicar a criação de um parque. Após a desocupação, os manifestantes seguiram em passeata até a prefeitura de São Paulo.

Por volta das 6h, a PM chegou ao local para cumprir a ordem do juiz Gustavo Coube de Carvalho, da 5; Vara do Foro Central Cível, em favor da Albatroz Investimentos Imobiliários e da Flamingo Investimentos Imobiliários. Os manifestantes, que passaram a noite no local, resistiram, no primeiro momento, mas acabaram saindo pacificamente. Durante a operação, os policiais cercaram toda a região, impedindo a passagem de pedestre e de automóveis nas ruas Caio Prado e Marquês de Paranaguá.

O iluminador Paulinho Fluxus é um dos ativistas que protestavam no parque. Ele chegou a subir numa árvore como forma de resistir à reintegração. Paulinho conta que passou a noite no local e só decidiu sair com a promessa de que o grupo será recebido pela vice-prefeita, Nádia Campeão. ;A gente queria um posicionamento para que o parque continue aberto;, ressaltou. Os manifestantes querem que o acesso ao bosque seja mantido enquanto é decidido o destino do terreno.

Mesmo com a possibilidade de uma ação coercitiva da PM pela manhã, Paulinho disse que a vigília durante a noite foi tranquila. ;É muita gente que se gosta e com muito ânimo. Não era um clima de medo, apesar de todo o aparato que tenta imprimir isso;, disse, apontando para os policiais que acompanhavam a passeata em direção à prefeitura.

Série de eventos como grafite, meditação, yoga, aulas públicas, música aconteceram no Parque Augusta contra a reintegração

Um projeto para criação do parque foi aprovado em 2008, mas acabou não sendo levado adiante pela prefeitura. No final de janeiro deste ano, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo aprovou um outro projeto em que o bosque seria preservado, mas também seriam construídas três torres do uso misto no local. Essa segunda proposta desagrada aos movimentos que reivindicam a criação do Parque Augusta.



No mês passado, o prefeito Fernando Haddad cogitou ser possível usar o dinheiro recebido como indenização de bancos estrangeiros para a construção do parque. O prefeito ressaltou, entretanto, que isso dependeria da ;viabilidade jurídica; do projeto. O UBS Zurique e o Citibank, de Nova York, vão pagar juntos US$ 25 milhões em um acordo por terem movimentado recursos desviados pelo ex-prefeito Paulo Maluf na gestão 1993-1996.

Um projeto para criação do parque foi aprovado em 2008, mas acabou não sendo levado adiante pela prefeitura

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