postado em 19/03/2015 15:53
A Justiça paulista concedeu liminar de reintegração de posse à Fundação São Paulo (Fundasp), mantenedora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), para desocupação da reitoria da instituição. Estudantes ocupam o local, no campus Perdizes, desde a noite de terça-feira (17/3), em protesto contra cortes orçamentários que levaram à demissão de professores e mudanças no valor da refeição na bolsa alimentação. Os alunos foram notificados hoje (19/3) por um oficial de justiça. Eles fazem assembleia no momento para decidir os rumos do movimento.A decisão da juíza Vanessa Miranda Tavares de Lima diz que os documentos apresentados pela Fundasp indicam a ocorrência de depredação do patrimônio e pichação. ;Em que pese ser livre a manifestação de pensamento e a reivindicação dos estudantes por melhorias, não lhes é lícito, contudo, esbulhar a posse da reitoria. A insatisfação deve ser formulada pelas vias próprias, mediante reuniões para tal fim;, diz a liminar. A desocupação pode ocorrer a qualquer momento. A juíza estabelece multa diária de R$ 10 mil, caso os estudantes permaneçam.
Leia mais notícias em Brasil
O estudante do 4; ano de jornalismo, Bruno Matos, nega que tenham ocorrido depredações. ;Fizemos fotos antes da entrada e fizemos vídeos que comprovam que os móveis e eletrônicos estão intactos;, declarou. Ele reforça que a ocupação ocorreu depois de várias tentativas de diálogo com a reitoria para discutir questões como a criação de uma creche para filhos de estudantes, professores e funcionários; a reabertura de turmas nos cursos na área de humanas; e contra a precarização dos contratos de trabalho dos docentes. O movimento estudantil estima que 400 pessoas participam da ocupação.
A PUC-SP argumenta que os desligamentos de docentes correspondem a 3% do efetivo, e a verba liberada foi destinada para pesquisa. Em nota, a universidade aponta ;como estopim da invasão o duro e necessário trabalho que vem realizando para combater festas e consumo de substâncias ilícitas no campus Monte Alegre;. Embora a universidade ressalte a proibição de festas no campus como principal motivação para os protestos, o rol de reivindicações dos estudantes não inclui este tema.