postado em 25/03/2015 15:28
O prefeito Eduardo Paes visitou hoje (25) o campo onde será realizada a competição de golfe nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. Durante a vista, manifestantes dos movimentos ;Golfe para quem?; e ;Ocupa golfe;, acampados há mais de três meses em frente ao empreendimento, fizeram um protesto.Eles acusam o prefeito de crime ambiental, por permitir a construção de 22 prédios de mais de 20 andares e um campo de golfe em área de proteção ambiental. Segundo o advogado Jean Carlos Novaes, integrante dos movimentos, a parceria público-privada, por meio da qual a proprietária do terreno construirá o campo em troca de um aumento do potencial de construção de prédios, provocou prejuízo aos cofres públicos.
;O prefeito informou que o campo de golfe seria construído sem dinheiro público, mas não é verdade, porque existe a doação de imóvel público estimado em R$ 300 milhões. Também houve perdão de dívidas de IPTU. Então, não é admissível dizer que não há dinheiro público;, acrescentou o manifestante. Novaes também acusa a prefeitura de beneficiar empresas privadas.
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Hoje, o prefeito reuniu a imprensa para rebater críticas dos manifestantes. Segundo ele, não há crime ambiental, porque a cobertura da vegetação de restinga será ampliada de 100 mil metros quadrados (m;) para mais de 600 mil m2.
;Eu não consigo acreditar que as pessoas possam chamar isso aqui de um crime ambiental. Foi uma super recuperação ambiental de uma área muito degradada;, acrescentou o prefeito.
Para compensar a construção do campo, que ocupou 3,5% da Reserva Ambiental de Marapendi, a prefeitura está criando um parque municipal em uma área de restinga, com 1,6 milhão de metros quadrados.
O prefeito ressaltou que o terreno já pertencia ao atual proprietário antes da decisão de construir o campo de golfe. Esclareceu que a construção de prédios é permitida desde o Plano Lúcio Costa, de 1981. Além disso, uma autorização de 2007 já permitia a construção de um campo de golfe no local, de 2007.
De acordo com o prefeito, a negociação com a empresa privada para construção do campo envolveu a permissão para que os empreendedores construíssem edifícios de 22 andares até o limite de 600 mil metros quadrados. A autorização anterior permitia prédios de 22 andares até o limite de 450 mil metros quadrados.
Segundo Paes, não houve prejuízo para a prefeitura, porque a construção e a manutenção do campo têm um custo estimado de R$ 60 milhões. Caso a prefeitura tivesse de vender o aumento do potencial construtivo, o valor seria o mesmo.