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Greve de garis está perto de acordo para acabar no ABC Paulista

Presidente da Federação dos Trabalhadores em Serviços de Asseio e Conservação Ambiental Urbana e Áreas Verdes de São Paulo disse estar confiante no fechamento do acordo para a região do ABC

postado em 31/03/2015 19:00
Sem acordo definitivo, uma terceira audiência de conciliação entre sindicatos dos trabalhadores de limpeza pública e das empresas urbanas de São Paulo foi marcada para a próxima segunda-feira (6). Apesar da nova data, uma negociação paralela entre as prefeituras da região do ABC paulista e empresas de coleta de lixo, que permite reajuste salarial de 9,83% para garis de seis municípios, pode fazer com que o serviço retorne a estas cidades ainda hoje (31). A ideia do sindicato dos trabalhadores é que o mesmo percentual seja alcançado nos demais municípios. Até o momento, a entidade patronal oferece 8,5% para os empregados das outras cidades.

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;Não há compromisso formal de retornar agora às atividades, mas acredito, sinceramente, na disposição dos dirigentes sindicais de retomar o trabalho ainda hoje, no turno da noite;, avaliou o desembargador Wilson Fernandes, vice-presidente judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2; Região. Segundo ele, seis dos sete prefeitos do ABC apontaram possibilidade de aditar os contratos com as empresas para permitir o aumento. ;Além do percentual de 7,68%, oferecido inicialmente pelas empresas, eles concederiam um incremento de 2%. Os empregados já tinham aceitado um reajuste de 10%, então estava próximo do que eles estavam aceitando;, explicou.

Roberto Santiago, presidente da Federação dos Trabalhadores em Serviços de Asseio e Conservação Ambiental Urbana e Áreas Verdes de São Paulo, disse estar confiante no fechamento do acordo para a região do ABC, excluindo-se a cidade de Rio Grande da Serra, que não compõe o sindicato citado na ação. ;A expectativa é de fazermos assembleia agora, e o turno noturno voltar a trabalhar;, apontou. Os municípios do ABC têm cerca 6 mil garis. ;É a área em que a greve tem mais visibilidade, porque se enxerga mais o volume de lixo. Mas se for para Osasco, Cotia, Taboão da Serra, Barueri, as cidades também estão paradas;, avaliou.

O presidente do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana de São Paulo (Selur), Ariovaldo Caodaglio, teme que as prefeituras não repassem o percentual com o qual estão se comprometendo agora. ;Nossa dúvida é que esse repasse fique na promessa;, declarou. Segundo ele, no ano passado, o percentual de reajuste no contrato não contemplou o percentual a mais dado aos empregados. O desembargador, no entanto, destacou que essa negociação pode constar no processo judicial. ;Isso é inusitado, mas nada impede que venha para os autos e seja objeto de homologação;, explicou Fernandes.

O representante dos trabalhadores avalia que a negociação foi satisfatória para a categoria do ABC. ;Estávamos pedindo 11,73%, obviamente estamos buscando a negociação. Melhorou muito [mais] do que as empresas propuseram, que começou com 6,5%. Portanto, é um meio termo que interessa aos trabalhadores e a toda sociedade;, avaliou. Outras cidades do interior paulista ; como Guarulhos, Piracicaba, Araçatuba e Itanhaém ; continuam com os serviços de coleta paralisados. O movimento atinge 130 municípios paulistas.

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