Brasil

Ministério Público do Trabalho no Rio investiga exploração de chineses

Em um dos estabelecimentos investigados, foi encontrada uma caixa com cachorros congelados. A carne do animal seria usada em recheio de pastéis e salgados

postado em 11/04/2015 14:30
O Ministério Público do Trabalho (MPT) no Rio de Janeiro investiga uma quadrilha de comerciantes chineses suspeita de trazer trabalhadores da cidade de Guangzhou, na China, para o Brasil. Ao chegar no país, eles eram explorados e submetidos ao trabalho escravo. A operação foi feita em conjunto com o Ministério do Trabalho e Emprego.

Além da denúncia de trabalho escravo, integrantes do MPT encontraram cachorros congelados em uma caixa de isopor na pastelaria. Segundo os investigadores, a carne dos animais ; que foram mortos a pauladas ; seria usada como recheio de pastel e outros salgados.



A falsa promessa dos aliciadores era de que os chineses receberiam R$ 2 mil por mês. Quando desembarcavam no país, as vítimas, que tinham de 17 a 30 anos, eram informadas que teriam de trabalhar nas pastelarias do Rio de Janeiro por ao menos três anos sem receber pagamento para cobrir as despesas com passagens aéreas.

Desde 2013, três inquéritos foram abertos no Brasil e encaminhados à Justiça Federal, um foi concluído e dois estão em andamento. Os acordos ilegais dos comerciante foram filmados por uma equipe do MPT. Ameaçados, alguns chineses estão no programa de proteção a testemunha.

Ao Correio, a procuradora do Trabalho Guadalupe Couto, destacou que em um dos casos, um jovem de 17 anos foi mantido em cárcere privado e obrigado a trabalhar em uma pastelaria carioca das 5h às 22h. "Ele ;morava; em um pequeno espaço em cima da pastelaria. Com o tempo, ele foi ficando cansado, então, o empregador começou a agredi-lo", relatou.

Ainda de acordo com a procuradora, os vizinhos da loja escutavam alguns diálogos no local, mas não entendiam o que acontecia, uma vez que os envolvidos falavam em mandarim. "Era difícil até para ele pedir ajuda, não conseguia falar em inglês nem português, mas no dia em que ele foi queimado com óleo quente, o jovem gritou tão alto que os vizinhos chamaram a polícia", explicou. O suspeito foi preso.

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