postado em 14/04/2015 11:37
O presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) Marcos Leôncio Ribeiro, cobrou, na manhã desta terça-feira (14/4), que a PF seja autônoma e independente ao Ministério da Justiça (MJ), órgão ao qual é vinculada hoje. "Nem sempre as prioridades orçamentárias do MJ são as da Polícia Federal", exemplificou Ribeiro.A ADPF apresenta, nesta manhã, conjunto de propostas para aprimorar o combate à corrupção. Participa do evento, em Brasília, o delegado Márcio Adriano Anselmo, que integra a equipe da Operação Lava-Jato.
Ribeiro disse que a PF não pode se submeter ao "controle político" do MJ. Ele acrescentou que a autonomia evitaria questionamentos sobre suposta interferência do governo em investigações. "Por exemplo, o ministro da Justiça (José Eduardo Cardozo) se encontrar com advogados que atuam em determinado caso é natural. Mas como o caso é investigado pela PF, acaba levantando suspeita", disse, em referência ao encontro de Cardozo com advogados da Lava-Jato.
O presidente da ADPF reclamou de a PF ter de pedir autorização do MJ para liberação de diárias no caso de viagem de agentes que levem mais de 10 dias, de destinos internacionais, de mais de 10 servidores . "Ainda que não saiba as operações, o conteúdo delas, (o governo) sabe da movimentações. Então, é algo a se avaliar."
Ribeiro reclamou ainda de a PF ter "apenas 14 mil servidores" em um país de dimensões continentais. "Quando contamos isso em fóruns internacionais, somos elogiados."