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"Após 23 anos, mereço isso?", diz professora ferida a bomba em protesto

Ao menos 170 manifestantes ficaram feridos, segundo a prefeitura de Curitiba

postado em 29/04/2015 21:17

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"Depois de 23 anos sendo professora, é isso que eu mereço: uma bomba na cara". O desabafo emocionado, em vídeo, é de uma professora da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, que ficou com o rosto ferido após confronto entre policiais militares e educadores em manifestação repreendida violentamente nesta quarta-feira (24/9), em Curitiba.


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A direção do Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato) classificou como ;truculenta; a ação da Polícia Militar (PR) do estado durante protesto da categoria e de outros servidores estaduais contra o projeto de lei que altera a previdência do estado. Segundo o sindicato, participaram do protesto 20 mil pessoas. A PM não divulgou o número de manifestantes.

Em greve desde segunda-feira, os professores da rede estadual de ensino e de universidades estaduais estão acampados em frente à Assembleia Legislativa do Paraná. A Polícia Militar traçou um perímetro de isolamento, com grades e policiais, em torno da Assembleia Legislativa. Outras categorias também protestaram, mas os professores representam 70% do funcionalismo estadual.

De acordo com Luiz Fernando Rodrigues, da direção do sindicato, tudo começou quando os deputados estaduais decidiram seguir com a votação do projeto. ;Quando nós anunciamos que o governo não havia aceitado tirar o projeto, houve uma revolta muito grande, e [os manifestantes] tentaram avançar sobre a cerca. Imediatamente, o batalhão de choque, a mando do secretário [de Secretário do Paraná, Fernando Francischini] veio com todo seu armamento para cima das pessoas;, disse.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, 1,6 mil policiais participaram da ação. ;A ação foi contra os educadores que estavam na praça. Foi abuso da PM. Jogaram bombas de gás, spray de pimenta, jatos de água contra os trabalhadores. A polícia não parou de jogar bomba na gente mesmo depois de uma hora. Foi uma barbárie o que aconteceu hoje em praça pública;, disse Rodrigues.

Pelo menos 170 manifestantes ficaram feridos, segundo a prefeitura de Curitiba e o Tribunal de Justiça do Paraná, onde ocorreram os primeiros atendimentos. Dentre eles, 45 foram levados para unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais da região.

O governador do Paraná, Beto Richa, disse em entrevista coletiva, que os policiais reagiram a provocações de algumas pessoas que estavam na praça. ;Sete black blocks foram presos. Os policiais, ao serem afrontados por esses bardeneiros e black blocks, reagiram, em uma proteção natural de sua integridade física;, disse Richa.

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná diz que 20 policiais ficaram feridos. ;A reação, a agressão, não partiu dos policiais. Os policiais ficaram parados para proteger o prédio da Assembleia Legislativa. Na medida que eram impedidos, reagiram. A polícia não partiu para cima dos manifestantes uma única vez. Tem filmes que comprovam o que estou dizendo;, disse.

Segundo a Secretaria de Segurança será aberto Inquérito Policial Militar, com participação do Ministério Público, para apurar as ações durante a confusão.

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