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PF investiga ação de instituições financeiras em extração ilegal de ouro

"Já sabemos o destino final deste ouro: estamos atuando na base para demonstrar a materialidade desse crime", afirmou a delegada responsável pelo inquérito

postado em 07/05/2015 14:22
Instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central a atuar no mercado de capitais são o alvo final da Operação Warari Koxi, deflagrada hoje (7), pela Polícia Federal (PF), para desmantelar esquema criminoso de extração ilegal de ouro e pedras preciosas em reservas indígenas. O principal alvo da atividade ilícita é a Terra Indígena Yanomami, em Roraima.

Segundo a delegada federal Denisse Dias Rosas Ribeiro, responsável pelo inquérito policial, o principal objetivo da investigação iniciada em novembro de 2014 é mapear toda a cadeia da extração ilegal de ouro, diamantes e tantalita para, assim, identificar e punir quem financia a ação ilegal dos garimpeiros. Tantalita é um minério bastante valorizado no mercado: por oferecer resistência ao calor é aplicado na indústria eletrônica.

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;Tivemos que atuar em três frentes: executores, pessoas que retiram o ouro [e outros minérios valiosos] das áreas indígenas; intermediários, lojistas que captam os produtos e fornecem insumos [recursos] para os executores atuarem; financiadores, que estão nos grandes centros;, disse Denisse.

Segundo ela, em Roraima, há pessoas de baixa renda usadas pelo esquema. No topo da cadeia, como beneficiárias financeiras do esquema, há Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs). Ela acrescentou que lojistas e garimpeiros já autuados "são explorados: a maior parte do dinheiro movimentado vai para os grandes centros urbanos, para as mãos de poucos".

"Já sabemos o destino final deste ouro: estamos atuando na base para demonstrar a materialidade desse crime e [identificar] toda a cadeia para, quando formos atuar em relação aos financiadores, não restar dúvidas sobre como isso é feito", disse Denisse.

Supervisionadas pelo Banco Central, as DTVMs, entre outras ações, intermedeiam a oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado. Operam também no mercado acionário, comprando, vendendo e distribuindo títulos e valores mobiliários, inclusive ouro.

De acordo com o chefe da delegacia regional de Combate ao Crime Organizado em Roraima, Alan Robson Alexandrino, as DTVMs investigadas ; cujos nomes não foram revelados ; realizavam operações para aparência legal a todo o montante movimentado ilicitamente. Durante as investigações, a PF identificou movimentação suspeita de cerca de R$ 1 bilhão.

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