postado em 13/05/2015 09:21
A fim de combater a insegurança em embarcações na Amazônia, a Polícia Federal deflagrou ontem uma operação em três estados que resultou na prisão de 21 pessoas. Elas são acusadas de participar de fraudes em documentos usados para navegar barcos, como as Cadernetas de Inscrição e Registro (CIR), emitidas pela Marinha para regulamentar a atuação de aquaviários que transportam pessoas nos rios da região.Na operação, batizada de Inocentes ; porque boa parte dos escritórios dos despachantes envolvidos se localizava na Rua dos Inocentes, em Manaus ;, foram presos oito militares da Marinha, além de servidores públicos e despachantes. Das 21 detenções, 20 foram no Amazonas e uma, no Rio de Janeiro. No Pará, foram cumpridos 12 mandatos de condução coercitiva. Os depoimentos coletados vão auxiliar nas investigações. Licenças de oito embarcações foram suspensas e houve o sequestro de bens e valores dos suspeitos de, aproximadamente, R$ 3 milhões.
;Preocupa-nos, principalmente, a segurança nos rios da Amazônia. Existem muitos acidentes causados justamente pela falta de habilitação;, afirmou o delegado Franco Terazzoni, coordenador da operação. O grupo cobrava entre R$ 600 e R$ 1.200 para as falsificações, além de pagar propina para os fiscais da Marinha. A PF acredita que o aliciamento era feito de forma discreta entre pessoas interessadas em realizar o transporte fluvial na região, o que colocava a população diretamente em risco.
A partir de denúncias da Marinha envolvendo a apreensão de cadernetas falsas, a PF iniciou as investigações, em outubro passado. ;Há entre 50 e 100 inquéritos desse tipo na Polícia Federal hoje;, afirmou Terazzoni. A PF cruzou as informações repassadas pela Marinha com dados de inquéritos instaurados desde 2011. Dessa forma, foi possível apontar a existência de um grupo criminoso. De acordo com a Marinha, além das cadernetas, inspetores navais da Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental (CFAOC) apreenderam Termo de Inscrição de Embarcação (TIE) e Carteiras de Habilitação de Amador (CHA) falsificados.
As cadernetas eram forjadas de forma similar, o que permitiu identificar a quadrilha. Havia erros na marca d;água ou em informações em inglês, por exemplo. ;A falsificação era nas etiquetas dentro da caderneta. A pessoa que trabalha na fiscalização à noite, por exemplo, passa o olho rapidamente e não vê. Em algumas operações (de fiscalização da Marinha), são checadas 30, 40 cadernetas. Se apresentasse para quem é leigo, tranquilamente passava;, disse Terazzoni.
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