Warner Bento Filho
postado em 24/05/2015 08:00
As carrancas do São Francisco terão de afugentar uma multidão de maus espíritos para livrar o rio do destino traçado para ele, que inclui a maior crise de escassez de água já registrada na bacia. De acordo com levantamento do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os anos de 2013 e 2014 foram os campeões de baixa vazão de água no rio. Os meses de janeiro e fevereiro de 2015 também apresentam os piores números da média histórica para os períodos.
A perspectiva, com base nesses dados, é que 2015 será ainda mais escasso na bacia em termos de disponibilidade de água, prejudicando o abastecimento urbano, a irrigação de lavouras, a pesca e a geração de energia. ;A situação vai piorar;, resume o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu. ;Não houve recarga dos principais reservatórios do semiárido durante o período de chuvas;, explica.
O nível de água nas represas ao longo do São Francisco é preocupante. Encerrada a safra de chuvas, o reservatório de Três Marias acumula 38% da capacidade; Sobradinho, 22%; e Itaparica, 20%. De acordo com cálculos da ONS, se forem mantidas as atuais vazões em Sobradinho, de 1.300m; por segundo, o reservatório ; um dos maiores do mundo, com mais de 4 mil km; ; vai virar sertão, completamente sem água, dentro de cinco meses, em outubro. A solução encontrada foi diminuir a vazão para 900m;, prática que deve entrar em fase de testes a partir de 15 de junho, rebaixando ainda mais o nível do rio. Com essa medida, as autoridades esperam que o reservatório chegue a novembro deste ano ; quando deve começar a nova estação chuvosa ; com 5,2% de sua capacidade.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.