Brasil

PF desarticula esquema de extração ilegal de pedras preciosas

As buscas foram realizadas nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e São Paulo

postado em 27/05/2015 08:47
Uma operação da Polícia Federal cumpre, nesta quarta-feira (27/5) 35 mandados judiciais para desarticular uma organização criminosa suspeita de extração e comércio ilegais da turmalina Paraíba, uma das pedras mais valiosas do mundo. A ação, intitulada ;Sete Chaves;, em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) foi iniciada durante a madrugada. Cerca de 130 policiais federais foram acionados para cumprir simultaneamente as medidas, sendo 8 de prisão preventiva, 19 mandados de busca e apreensão e oito de sequestro de bens. De acordo com a PF, seis pessoas foram presas, um suspeito está foragido, e outro, que mora no exterior, está sendo procurado pela Interpol. O esquema movimentou mais de R$ 2,5 milhões entre os oito investigados.

Pedras apreendidas durante a operação

As buscas foram realizadas nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e São Paulo. Os agentes contam também com a ajuda de fiscais do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e da Secretaria da Receita Federal. Para cometer os crimes, eles utilizavam uma complexa rede de empresas off shore ; registradas apenas no papel, em paraísos fiscais ;, que serviam de suporte das operações bilionárias com pedras preciosas e lavagem de dinheiro.

Segundo a investigação, diversos empresários e um deputado estadual integram o grupo. A PF e o MPF não divulgaram o nome do parlamentar envolvido, mas a assessoria do deputado estadual João Henrique (DEM-PB), sócio de uma empresa de mineração na Paraíba, encaminhou nota se posicionando sobre a operação. "A empresa do deputado está completamente regular perante a Receita Federal e o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral)".



Exploração
Considerada uma das mais caras do mundo, cada pedra é estimada em R$ 3 milhões, a turmalina Paraíba era retirada de São José da Batalha, um distrito do município de Salgadinho, na Paraíba e enviada à cidade de Parelhas, no Rio Grande do Norte, onde era esquentada com certificados de licença de exploração. De lá, as pedras seguiam para Governador Valadares em Minas Gerais para a comercialização em mercados do exterior como Bangkok, na Tailândia, Hong Kong, na China, Houston e Las Vegas, nos Estados Unidos.

Todos os investigados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, usurpação de patrimônio da União, organização criminosa, contrabando e evasão de divisas.

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