postado em 19/06/2015 14:49
Os moradores do conjunto habitacional Guarapiranga, na Estrada do M;Boi Mirim, zona Sul da capital paulista, continuam tirando seus pertences dos apartamentos. Eles cumprem determinação da Justiça de retirar todos do local para preservar sua integridade. O imóvel, de três andares, apresenta más condições e risco de desabar devido às rachaduras. O prazo dado pela decisão judicial, assinada pelo juiz Marcos Pimentel Tamassia, da 4; Vara da Fazenda Pública, termina amanhã.A prefeitura informou, por meio de nota, que trabalha para cumprir as determinações da decisão judicial. Provisoriamente, a subprefeitura disponibilizou o ginásio do Clube Escola Joerg Bruder, em Santo Amaro, para atendimento emergencial. A Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social fornecerá colchões, cobertores e alimentação às famílias.
Entretanto, o subprefeito do M;Boi Mirim, Márcio Luiz da Costa, disse que nenhum morador foi ainda para o abrigo, e que isso deve ocorrer amanhã, ao final do prazo para saída do imóvel interditado pela Defesa Civil em março.
Segundo Costa, 40 famílias ; cerca de 150 pessoas ; habitam o prédio que corre o risco de desabar. ;O responsável pela manutenção e análises era o SPTrans. O que vai ser feito no prédio, dependerá do resultado do estudo de um laboratório especializado, contratado pelo SPTrans. O laudo final deve sair em 25 dias;, disse o subprefeito.
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Segundo a prefeitura, na reunião da última segunda-feira (15/6), ficou estabelecido que as equipes da subprefeitura iriam disponibilizar caminhões com carroceria e agentes de apoio, para o transporte dos pertences. Os moradores se comprometeram a deixar os bens embalados, para facilitar a operação.
;A desocupação do local está sendo feita de forma escalonada. Os pertences ficarão armazenados em um prédio da SPTrans, com vigilância terceirizada. Está em fase final o cadastramento famílias residentes no condomínio que, posteriormente, irão receber auxílio aluguel;, diz a nota.
O conjunto habitacional foi construído em 2003, para abrigar as famílias que moravam na área onde foi construído o terminal Guarapiranga. Depois da interdição, em março deste ano, como alternativa emergencial, foi oferecido atendimento por meio da rede socioassistencial. Mas nenhuma família aceitou, conforme informações da prefeitura.
;Paralelamente à elaboração do laudo técnico, a prefeitura iniciou o cadastro das famílias para recebimento do auxílio aluguel e atendimento com unidade definitiva. Nenhuma delas aceitou o auxilio aluguel. Esgotadas as negociações de atendimento emergencial e cadastramento no auxílio aluguel, e por conta do risco apresentado, a subprefeitura de M;Boi encaminhou processo para a Procuradoria Geral do Município, com informações técnicas do condomínio, e registrou Boletim de Ocorrência;.
A SPTrans contratou empresa para fazer os laudos técnicos de avaliação das condições da edificação que determinarão quais providências deverão ser tomadas. A previsão é que os laudos sejam concluídos até o final de junho.
A dona de casa Jucélia dos Santos Gralha Magalhães, 41 anos, contou que sua casa é uma das que tem as piores rachaduras e a decisão de ter que sair do imóvel foi muito rápida. Há pelo menos oito anos os moradores percebem os problemas nos apartamentos. ;Mas nós entendemos que a situação é precária mesmo. Inclusive os agentes da Defesa Civil estão com medo de entrar e sair muito do prédio, porque há risco de desabamento;.
Jucélia está procurando uma casa para alugar, mas está com dificuldades financeiras para conseguir sair do local. ;Eles não nos deram dinheiro, prometeram para daqui a um mês. E não conseguimos alugar sem dinheiro, porque os proprietários querem depósito, aluguel adiantado. E o juiz determinou que saiamos imediatamente. Está bem difícil;.
O aposentado Damião José de Lima, 52 anos, tem dificuldade de mobilidade, e não sabe para onde vai, porque não tem condições financeiras para pagar um aluguel. ;A subprefeitura não nos deu suporte necessário. Eu arrumei dois lugares, mas têm escada. Não quero ir para o abrigo, porque tenho compromissos médicos e uma cirurgia prevista. Estar no abrigo vai me atrapalhar muito. Estou dependendo da assistente social. Eu estou sem saber para onde vou. Qualquer lugar, eu não aceito;.
O administrador de empresas, Fábio José de Holanda, 29 anos, conseguiu alugar uma casa para ir morar com a mãe de 52 anos. ;Mas temos que sair sem garantia de que vamos voltar para cá. Nos disseram que vamos ter moradia, mas talvez em outro lugar. Acredito que terão que demolir o prédio para fazer outro. Se conseguirem arrumar, precisa ser feito um serviço decente;.
Ele ressaltou que, quando o apartamento foi entregue, foi preciso fazer o acabamento, o que gerou gastos financeiros. ;Estava no concreto, e tivemos que arcar com o piso, pintura. E agora o prédio corre o risco de desabar;.