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Brasil

Ato público no Rio de Janeiro lembra Dia Internacional Contra a Tortura

O prédio do antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), no Rio, foi transformado em um dos principais aparelhos de repressão e tortura durante o regime militar




Com três passagens pelo Dops do Rio, a farmacêutica Ana Bursztyn Miranda traz até hoje as marcas deixadas pelas prisões que sofreu em decorrência da militância na Ação Libertadora Nacional (ALN).
;A tortura está acontecendo ainda hoje. E tem gente que defende a volta da ditadura militar, dizendo que eles torturavam e estavam certos. Então é preciso que se transforme este prédio em um espaço de memória, para ver se conseguimos diminuir a violência de Estado e para que o terror que imperou naquela época não volte a acontecer;, disse Ana.

Para ela, é inconciliável a ideia aceita pela Polícia Civil de ceder parte do prédio para o centro de memória, mantendo ali o seu museu. ;Este prédio ficou abandonado por mais de uma década. É inconciliável [manter as duas estruturas];, argumentou.

O ato político foi organizado pelo movimento Ocupa Dops e contou com apresentações de música, projeções de filmes, exposição de fotos, intervenções artísticas e depoimentos de amigos e familiares de presos políticos. Foi feita uma homenagem a duas militantes de esquerda vítimas de tortura durante a ditadura militar e que morreram este ano: Inês Etienne e Estrella Bohadana.