Brasil

Polícia Federal confisca imóveis e R$ 70 mil em dinheiro na Operação Vícios

A operação partiu de uma denúncia da Casa da Moeda, e a suspeita é que R$ 100 milhões teriam sido pagos em propina para servidores da própria Casa da Moeda e da Receita Federal

postado em 01/07/2015 12:34
A Polícia Federal (PF) confiscou oito imóveis em Brasília e apreendeu R$ 70 mil em diversas moedas na casa de um servidor no Rio de Janeiro na Operação Vícios, deflagrada hoje (1;) para investigar suspeita de fraude na renovação do contrato de gerenciamento do Sistema de Controle de Bebidas (Sicobe).

Também foram apreendidos computadores e mídias eletrônicas que serão analisados. Segundo a PF, em um primeiro momento, os crimes apurados são de associação criminosa, fraude em licitação e corrupção.

Cerca de 70 policiais e 12 agentes da Corregedoria do Ministério da Fazenda cumprem hoje 23 mandados de busca e apreensão, sendo cinco em Brasília, 17 no Rio de Janeiro e um em São Paulo. Os oito imóveis confiscados são de um casal suspeito de integrar o esquema, em que servidores da Receita Federal e da Casa da Moeda teriam formado um conluio para favorecer a empresa Sicpa Brasil Indústria de Tintas e Sistemas Ltda nas especificidades exigidas no contrato de renovação do gerenciamento do Sicobe, no ano passado. Os imóveis estariam avaliados em ao menos R$ 10 milhões, segundo a PF.

O delegado Tássio Muzzi, da Delegacia de Combate a Crimes Financeiros e Desvio de Recursos Públicos, disse nesta manhã à imprensa que há indícios de que o esquema também envolvia lavagem internacional de dinheiro, em países como Estados Unidos e Suíça, e na segunda fase das investigações serão apuradas essas suspeitas. A Justiça já autorizou a cooperação internacional para a investigação, de acordo com o delegado.

A operação partiu de uma denúncia da Casa da Moeda, e a suspeita é que R$ 100 milhões teriam sido pagos em propina para servidores da própria Casa da Moeda e da Receita Federal. Segundo o delegado, os indícios encontrados até agora não sustentam pedidos de prisão.

O delegado afirma que as suspeitas são sobre a contratação e não na execução do serviço, pela qual foram pagos R$ 6 bilhões em seis anos.

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