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Pescadores libertam baleia presa em rede na Praia do Leme, no Rio

A baleia parecia filhote e debilitada; especialista aponta que é incomum que o animal chegue tão perto da praia

postado em 10/07/2015 14:49

Baleia fica presa na praia do Leme e é liberada por pescadores que cortaram a rede que a prendia

Moradores e frequentadores da Praia do Leme, na zona sul do Rio de Janeiro, foram surpreendidos hoje (10/7) com uma baleia, que apareceu presa a uma rede de pesca, próximo ao Caminho dos Pescadores, na ponta final da orla. O animal, segundo os relatos, se enroscou ontem (9/7) e só foi libertado nesta manhã, pelos próprios pescadores que colocaram a rede no local.

Da espécie jubarte, a baleia, que não era muito grande e parecia ser filhote, tinha ferimentos no casco e estava debilitada, segundo Evandro da Cunha Santos, um dos pescadores que soltou o animal. Ele contou que isso nunca aconteceu antes e que ficou aliviado por desvencilhar o animal da rede.

;Fizemos de tudo para salvar a baleia o mais rápido;, disse ele, que precisou cortar um pedaço da rede, para liberar uma das nadadeiras da baleia. Segundo ele, o animal estava cansado. ;Ela tinha vários machucados nas costas, no casco, na cabeça, pode ser que tenha sido até atropelada;.

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Professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, o oceanógrafo David Zee explicou que, entre julho e novembro, as baleias jubartes cruzam o litoral em direção a Abrolhos, na Bahia, onde se refugiam para a reprodução e amamentação. Para o especialista, o mamífero preso à rede de pesca no Leme, de fato, devia estar debilitado ou machucado.;Não é normal que uma baleia chegue tão perto porque o local é raso e ela precisam de espaço para respirar e desenvolver movimentos;.

Em geral, acrescenta Zee, as baleias também são mais fortes que as redes de pesca, das quais costumam se desvencilhar facilmente. ;Temos que ter cuidado para não colocar essas redes em lugares onde possam causar ameaças a esses animais;, alertou.

O salvamento da baleia chamou atenção na praia e atraiu curiosos. O estudante Davidson Guilherme Ribeiro, de 7 anos, correu para ver o animal. ;Eu vi a baleia, ela tinha umas partes brancas, mas não deu para ver muito, só o jato [o esguicho];, disse.

Na orla, os vendedores dos quiosques também contaram que a cena era inédita. ;O pessoal comentou e aí eu vi que era a baleia, jogando a água dela para fora (esguicho): deu para ver bem;, contou a vendedora Ilmar dos Santos.

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