Brasil

Em BH, criança míope também se alegra ao ver o mundo pela primeira vez

O bebê começou a usar os óculos ao meio-dia e, segundo relato do pai, em seguida já estava brincando de tocar guitarra e pulando

Daniel Camargos
postado em 15/07/2015 19:20

[VIDEO1]

As adoráveis imagens da pequena Piper, de 10 meses, usando óculos e sorrindo ao ver seus pais ; com nitidez ; pela primeira vez fizeram sucesso na internet. Até ontem, quase 1,8 milhão de pessoas tinham visto o vídeo. Além do excesso de fofura, Piper, que é de Ohio, nos Estados Unidos, deixa um alerta a todos os pais sobre a importância de levarem os bebês, mesmo os pequeninos, para fazerem avaliações oftalmológicas. ;A criança não tem consciência do déficit visual. A vida segue normal dentro do padrão delas e, por isso, os pais não percebem que os bebês podem ter uma deficiência;, explica a médica oftalmologista pediátrica Érika Mota Pereira, especialista em estrabismo.

Um dos pacientes de Érika é Vitor Silveira, de 2 anos. Há três meses, Vítor começou a usar óculos. ;Levamos ele a vários médicos e é impressionante como ele tinha um desenvolvimento normal mesmo com o grau de miopia tão elevado;, recorda o pai, Vinícius Silveira. O bebê foi diagnosticado com 12 graus de miopia. ;Ele brincava e corria de um lado para outro sem problemas;, destaca o pai. ;Eu reparava dificuldade apenas no momento de colorir, pois ele aproximava muito do papel e levava o brinquedo ao olho;, completa Vinícius.

Vítor Silveira, de 2 anos, com a mãe, Cláudia: o pequeno começou a usar óculos há três meses

Quando Vitor era um bebê de poucos meses, o pai achava que o fato de ele aproximar demais os brinquedos dos olhos era porque era detalhista. ;Quando levamos na médica e diagnosticamos o alto grau foi um susto;, conta. O bebê começou a usar os óculos ao meio-dia e, segundo relato do pai, em seguida já estava brincando de tocar guitarra e pulando. Há, inclusive, um vídeo feito pelo pai no primeiro dia de Vitor usando óculos. O bebê pula e dança ao som de AC/DC. ;Ele não aceita ficar sem óculos mais. Se, por acaso, saímos de casa e esquecemos os óculos, ele fica pedindo.;

Leia mais notícias em Brasil

Exemplo
A oftalmologista pediátrica Érika não ficou indiferente ao vídeo de Piper. ;Uma fofura. Todos os meus pacientes de hoje (ontem) de manhã contaram que assistiram;, conta a médica. A cena do vídeo, segundo ela, é recorrente no consultório. ;Quando medimos a lente e colocamos o grau certinho, a criança sempre sorri. Tem algumas que até choram de alegria;, relata Érika.

A médica explica que, mesmo em crianças que não falam, é possível diagnosticar os problemas de visão, usando colírio para dilatar a pupila e medir o comprimento axial do olho. ;Muitas vezes, uma criança tem hipermetropia e enxerga bem, mas, na tentativa de focar, contrai a musculatura e acontece a convergência, que é o estrabismo;, detalha Érika.

Outra forma de perceber deficiência visual é notando problemas motores. ;Tem caso de menino que está com dificuldade e atraso para andar. Pode ser falta de óculos;, destaca a médica. Em crianças pequenas, como Piper e Vitor, a armação dos óculos é feita de silicone e fica presa na cabeça. Érika explica que é possível adaptar armações inclusive para crianças muito novas, com orelha frágil e ponte nasal

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação