Agência Estado
postado em 22/07/2015 14:51
Teólogo, o papa Francisco não terá dificuldade em entender do que se trata. A mensagem da capa é universal: uma cruz e um salmo da Bíblia. Artigo raro no mercado brasileiro, o álbum dos Racionais MC;s Sobrevivendo no inferno (1997), em disco, é um presente do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) ao pontífice. As composições do grupo de hip hop se inspiram em trechos bíblicos para contar o cotidiano das periferias da capital, versando sobre desigualdades sociais, miséria, violência policial e racismo.No último domingo, (19/7) o prefeito viajou para a Itália carregando o disco raro debaixo do braço com bastante orgulho, segundo apurou a reportagem.
A ideia do presente partiu de um grupo de jovens da Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo, e foi repassada ao coordenador de Políticas para Juventude, Cláudio Aparecido da Silva, amigo de Mano Brown, um dos líderes do grupo de hip hop.
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Em reunião com o papa nesta terça-feira (21//), Haddad tentou entregar o disco, mas não conseguiu. O prefeito está de volta à capital paulista e deixou o secretário de Relações Internacionais, Vicente Trevas, na Cidade do Vaticano, com a missão de fazer o LP chegar às mãos do pontífice. Trevas permanece no Vaticano para continuar no seminário Escravidão Moderna e Mudanças Climáticas: o comprometimento das cidades.
A expectativa é de que, nesta quarta-feira (22/7), o chanceler do Sacro Colégio recolha os presentes dos líderes municipais do mundo inteiro. Diversos prefeitos estão no Vaticano desde segunda-feira (20/7), a convite do Pontifício Sacro Colégio de Ciências, participando do seminário que discute desenvolvimento sustentável.
Referência na história do rap nacional, o grupo de Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue e DJ KL Jay surgiu no fim da década de 1980. O sucesso veio em 1997, com o disco Sobrevivendo no Inferno. O álbum vendeu mais de 500 mil cópias.
Em discurso realizado nesta terça-feira, Haddad disse que a agenda social carece da mesma atenção dedicada à agenda ambiental na comunidade internacional. "Sem o enfrentamento dos problemas da fome, da miséria e da escravidão moderna, não há como tratar da preservação do planeta", afirmou.