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Bloqueio de agentes penitenciários grevistas pode superlotar carceragens

De acordo com o Sindasp, 114 das 163 unidades prisionais do Estado, com 24,5 mil funcionários, estão paradas. Segundo a SAP, apenas 29 unidades aderiram à greve

Os grevistas do sistema penitenciário paulista impediram nos dois últimos dias a entrada de centenas de presos nos Centros de Detenção Provisória (CDPs) do interior do Estado de São Paulo. O bloqueio poderá causar nos próximos dias a superlotação das carceragens das cadeias públicas, como as das regiões de São José do Rio Preto e Araçatuba, que começam a ficar lotadas.

Em resposta a ação dos grevistas, paralisados desde domingo, 19, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) está abrindo sindicâncias para punir os grevistas e mandando avisos aos diretores de presídio de que colocará a Tropa de Choque para obrigar as unidades a receber os presos, informou o presidente do Sindicato dos Agentes em Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp), Daniel Grandolfo.

De acordo com o Sindasp, 114 das 163 unidades prisionais do Estado, com 24,5 mil funcionários, estão paradas. Segundo a SAP, apenas 29 unidades aderiram à greve.

Além de negar o recebimento de presos de plantões e cadeias públicas, as unidades em greve continuam impedindo que advogados entrem para ver os presos. Preocupadas com a situação, as subseções da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), como a de São José do Rio Preto, estão pedindo à seccional da entidade em São Paulo para que faça gestão junto ao Governo do Estado para abrir negociação com os agentes.

Segundo a assessoria da SAP, os processos administrativos abertos em 2014 - uma das reivindicações dos sindicalistas é o arquivamento desses processos contra 32 agentes - não serão arquivados e que a abertura de novos processos para a greve de 2015 somente deverá ser decidida após o fim do movimento. A assessoria da SAP não conseguiu informar sobre o pedido de abertura de negociação feito pela OAB.