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Juiz analisa habeas corpus para policial suspeito na morte de Eliza Samudio

O ex-policial civil já é considerado foragido. Justiça acatou pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e determinou a prisão dele

João Henrique do Vale/Estado de Minas
postado em 23/07/2015 12:04
O policial é acusado pelo assassinato, sequestro e cárcere privado de Eliza, além da ocultação do cadáver, corrupção de menores e coaçãoO juiz Elexander Camargos Diniz, do Tribunal do Júri de Contagem, na Grande BH, analisa um pedido de habeas corpus feito pela defesa do ex-policial civil Lauriano de Assis Filho, o Zezé. O homem é procurado por participação na trama do sumiço e assassinato de Eliza Samudio, ex-namorado do golerio Bruno Fernandes, e sequestro do filho dela. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou o policial aposentado e Gilson Costa. A Justiça acatou a prisão preventiva de Zezé, que já é considerado foragido.

[SAIBAMAIS]Zezé foi denunciado à Justiça junto com o policial civil da ativa Gilson Costa pelo promotor Daniel Saliba de Freitas, que assumiu o caso depois da saída do colega Henry Vasconcelos. O promotor acusa o policial aposentado pelo assassinato, sequestro e cárcere privado de Eliza, além da ocultação do cadáver, corrupção de menores e coação no curso do processo. Já Gilson vai responder apenas pela coação durante o processo. Apesar de basear a prisão preventiva de Zezé na possibilidade dele amedrontar testemunhas por ser policial, no caso de Gilson a Justiça determinou a aplicação de medidas cautelares diferentes da prisão. Ele está proibido de se aproximar e de manter contato com testemunhas, vítimas e informantes do processo.

A Polícia Civil começou a procurar pelo policial aposentado logo depois que a Justiça acatou o pedido do MP no início deste mês. A prisão preventiva de Zezé foi decretada porque o juiz Elexander Diniz entendeu que ;o simples fato de se tratar de um policial civil incute temor a testemunhas e aos demais envolvidos na sequência de crimes;, conforme decisão do magistrado.



De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o caso corre em segredo de Justiça e, por causa disso, o teor do habeas corpus não foi revelado. O pedido já foi encaminhado para o juiz que deve avaliar nos próximos dias se revoga a prisão do policial aposentado. O em.com.br entrou em contato com o advogado de Zezé, mas o defensor não foi encontrado em seu escritório.

Todos os réus que responderam pelos crimes contra Eliza Samudio e do filho dela, foram condenados, com exceção de Dayane Rodrigues, ex-mulher de Bruno, que foi absolvida das acusações. Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, foi condenada a cinco anos pelo sequestro e cárcere de Eliza e Bruninho. Luiz Henrique Romão, o Macarrão, braço direito do ex-ídolo do Flamengo, foi sentenciado a 15 anos de prisão por homicídio qualificado. Ele foi beneficiado por uma confissão parcial do crime. Já Bruno teve a pena estabelecida em 22 anos e 3 meses de prisão por homicídio e ocultação do cadáver da jovem e também pelo sequestro e cárcere privado do filho, Bruninho. O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como executor do assassinato, foi condenado a 22 anos de prisão.

Elenílson Vitor da Silva, caseiro do sítio do ex-atleta em Esmeraldas, e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, respondiam apenas pelo sequestro e cárcere privado de Bruninho, filho do jogador e da modelo assassinada. Ambos foram condenados e cumprirão pena em regime aberto. Wemerson, que era réu primário, foi sentenciado a 2 anos e 6 meses de prisão. Já Elenilson, que chegou a ficar preso por cinco meses por causa do envolvimento na morte de Eliza e não era réu primário, teve a pena estabelecida em 3 anos.

Um outro réu no processo não chegou a ser julgado. Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro Bruno, era considerado a principal testemunha do caso. Ele foi assassinado meses antes da data prevista para o julgamento. A polícia concluiu que ele foi vítima de um crime passional, sendo executado pelo companheiro de uma mulher que tinha assediado na rua. Outro primo do jogador, que revelou à polícia grande parte da trama, cumpriu medida sócio-educativa e já está em liberdade. Jorge Lisboa Rosa era menor de idade quando o crime ocorreu.

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