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Sete entre dez profissionais de segurança têm colegas assassinados

De acordo com a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, a pesquisa será importante para mostrar os riscos que envolvem o trabalho dos profissionais de segurança

postado em 30/07/2015 15:20
Sete entre dez profissionais de segurança pública de todo o país dizem que já tiveram algum colega assassinado fora do trabalho, mostra pesquisa feita com 10.323 profissionais de vários estados. O resultado do trabalho foi apresentado hoje (30) em encontro internacional sobre o tema no Rio de Janeiro.

A pesquisa faz parte do estudo "Vitimização e risco entre profissionais do sistema de segurança pública;, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas e pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça. As entrevistas ocorreram entre os dias 18 de junho e 8 de julho. Entre os profissionais ouvidos estão policiais militares, civis, federais, rodoviários federais, guardas municipais e bombeiros em todos os estados do país.



De acordo com a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, a pesquisa será importante para mostrar os riscos que envolvem o trabalho dos profissionais de segurança e pode ajudar a formular políticas de prevenção e proteção dos policiais.

"Somente em 2013, verificamos que 490 policiais foram assassinados em todo o país e, diante desse dado alarmante, resolvemos aprofundar nosso conhecimento sobre as violações dos direitos desses agentes;, disse.

Segundo Samira Bueno, há uma cultura no Brasil de investigar as mortes provocadas pela polícia, mas são poucos conhecidos os casos de ;vitimização sofrida pelo policial;. E acrescentou: ;Eles estão aí para nos proteger, mas também precisam de segurança;.

O número de vítimas é ainda maior quando analisados apenas os policiais militares: 77,5%. O percentual de todos os profissionais de segurança ouvidos que perderam um colega durante o expediente de trabalho é 61,9%.

A pesquisa revela também que o receio de sofrer violência e retaliações tem influência na rotina e nos hábitos dos agentes. Quase metade (44,3%) esconde a farda ou o distintivo no trajeto entre a casa e trabalho e 35,2% escondem de conhecidos o fato de que são profissionais de segurança pública. Além disso, 61,8% evitam usar transporte público. ;Eles precisam esconder sua profissão por causa dos riscos que correm, quando na verdade deveriam mostrá-la com orgulho", disse Samira.

A pesquisa foi divulgada durante o 9; Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que ocorre no Rio de Janeiro desde o último dia 28 e termina amanhã (31). Participam do encontro especialistas em segurança pública do Brasil e do exterior.

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