Brasil

Crianças brasileiras têm dificuldade em língua escrita e matemática

Estudo na Unesco aponta as deficiências dos estudantes em 16 países da América Latina

Jorge Macedo
postado em 31/07/2015 06:03
Um estudo divulgado nesta quinta-feira (30/7) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) mostra que são poucas as crianças brasileiras que têm domínio da língua escrita e conseguem realizar cálculos matemáticos que envolvem gráficos e tabelas. A segunda parte do Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo (Terce) avaliou o desempenho de 134 mil jovens da 3; ao 6; ano do ensino fundamental em 16 países da América Latina. No Brasil, o estudo avaliou crianças que estão do 4; ao 7; ano. Foi avaliada a performance dos estudantes em matemática, linguagem (escrita e falada) e ciências naturais.

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O estudo dividiu os jovens em quatro níveis de aprendizado. A maior concentração de alunos brasileiros no grau mais alto de desempenho ocorreu em leitura no 7; ano, quando 16,6% demonstraram ter plena compreensão ao interpretar e inferir o significado de palavras em textos escritos. A maior parte dos estudantes, no entanto, está nos níveis mais baixos de desempenho. Mais de 60% dos alunos do quarto ano do ensino fundamental têm desempenho entre muito ruim e regular em leitura e matemática.

Apesar disso, o estudo mostrou que houve uma melhora de toda a região da América Latina em relação à avaliação anterior. O desempenho das crianças brasileiras é igual à média dos alunos dos outros 15 países estudados em escrita e em ciências naturais nos quatro níveis. Além disso, as notas alcançadas são as mesmas em leitura no 4; ano e em matemática no 7; ano. O Brasil está acima da média da região em matemática no 4; ano e em leitura no 7; ano.

O pior desempenho dos jovens brasileiros foi na prova de ciências naturais, aplicada pela primeira vez no Brasil aos alunos do 7; ano. Apenas 4,6% estão no nível mais alto, enquanto 80,1% encontram-se nos mais baixos. Isso quer dizer que os estudantes não são capazes de aplicar os conhecimentos científicos para explicar fenômenos do mundo. Apenas três países estão acima da média regional em todos os testes e anos avaliados: Chile, Costa Rica e México. Além dessas três nações, o Terce fez o levantamento em Argentina, Brasil, Colômbia, Equador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e no estado de Nuevo León (México).

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