A presidente Dilma Rousseff disse que o programa "Mais Médicos" teve dois efeitos importantes, que foram a melhoria do Sistema Único de Saúde e a mudança e interiorização da formação de médicos no Brasil. "Tenho certeza que o Mais Médicos engrandece o meu mandato", afirmou na cerimônia que comemora os dois anos do programa,
Ela fez um agradecimento especial aos médicos cubanos e ao governo de Cuba. "Tenho obrigação de me referir à participação dos médicos cubanos, que deram mostra, junto com o governo cubano, de solidariedade, profissionalismo, atendimento humanizado", declarou. "Quero agradecê-los e dizer que vocês estreitaram as relações entre Brasil e Cuba".
A presidente afirmou ainda que o Brasil continua dependendo de médicos formados no exterior para garantir o atendimento à população, mas que o engajamento dos médicos brasileiros é cada vez maior.
Dilma acrescentou que tem a "humildade" de reconhecer que as conquistas do "Mais Médicos" são fruto de ação conjunta entre os vários níveis da federação.
A presidente atribuiu as críticas feitas no lançamento do "Mais Médicos" a um "desconhecimento básico" acerca do programa. Dilma disse ainda que recebeu vários conselhos para interromper a iniciativa.
"Sistemáticos conselhos diziam que nos íamos ficar muito mal com os médicos. Era uma frase estranhíssima, como poderíamos ficar muito mal com os médicos lançando um programa chamado ;Mais Médicos;?", questionou.
Dilma lembrou que 700 municípios não tinham nenhum médico há dois anos e faltavam médicos em grandes cidades e no interior. Segundo ela, todas as cidades têm hoje atendimento médico.
Bolsas
O Palácio do Planalto também anunciou nesta terça-feira, 4, a abertura de 3 mil bolsas de residência médica no Brasil, financiadas pelos ministérios da Saúde e da Educação. De acordo com o governo, 75% das bolsas dizem respeito à formação de médicos especialistas em medicina geral de família e comunidade, com prioridade para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Entre as medidas apresentadas hoje pelo governo estão a publicação de uma portaria interministerial sobre a integração entre universidades e o SUS, e a assinatura de decreto que cria o Cadastro Nacional de Especialistas.
"Até hoje o Brasil não tinha informação de quem forma nossos especialistas, onde eles atuam e qual a necessidade. Esse cadastro vai reunir informações do conjunto de órgãos. A partir de agora, poderemos pensar e planejar a necessidade de especialistas", destacou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Atendimento
Segundo o Ministério da Saúde, o Mais Médicos mobilizou 18.240 profissionais para 4.058 municípios e 34 distritos sanitários especiais indígenas, atendendo um total de 63 milhões de pessoas o equivalente a 24,6% da população brasileira.