A Polícia Federal deflagrou ontem a operação Madeira Limpa, com o objetivo de combater uma quadrilha que explorava o comércio ilegal de madeira em diversos municípios do Pará, além das capitais Florianópolis e Manaus. Segundo a PF, o esquema envolvia empresários do ramo madeireiro que contavam com a colaboração ilegal de servidores públicos municipais, estaduais e federais.
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De acordo com a Polícia Federal em Santarém, no oeste do Pará, são 22 mandados de prisão, um mandado de prisão temporária, 41 de busca e apreensão e 10 de condução coercitiva ; utilizado quando uma pessoa é levada para prestar depoimento e em seguida é liberada. Ao todo, 33 pessoas são suspeitas de integrar a quadrilha.
Entre os alvos, está o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Santarém, Luiz Bacelar Guerreiro Júnior. Ele foi preso pela manhã e encaminhado à sede da PF no município. Além dele, há mandados de prisão contra servidores da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa), Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e Instituto de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A Polícia Federal informou que o esquema envolvia documentação irregular de áreas para elaboração de planos de manejo que serviam para a liberação de créditos florestais. Quando esses créditos eram liberados, eram usados por empresas fantasmas para acobertar madeira extraída de forma irregular.
Créditos
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o grupo obrigava trabalhadores rurais a aceitarem a exploração ilegal de madeira dos assentamentos do oeste paraense em troca de continuarem tendo acesso a créditos e a programas sociais. O prejuízo mínimo estimado ao patrimônio público é de R$ 31,5 milhões. No Pará, os mandados foram cumpridos em Santarém, Alenquer, Óbidos, Oriximiná, Monte Alegre, Itaituba e Uruará, no oeste do estado, além de Belém e Ananindeua, na região metropolitana, e em Castanhal, na região nordeste.