Brasil

Ministério e chef David Hertz dão cursos profissionalizantes para jovens

Liana Sabo
postado em 28/08/2015 06:10

Faltando um ano para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, no Rio de Janeiro, o governo federal se une ao setor privado para promover a inclusão social de pessoas de baixa renda por meio da gastronomia. O parceiro foi escolhido a dedo para executar a desafiadora tarefa: é o chef de cozinha e empreendedor social David Hertz, que há oito anos transforma a realidade social de centenas de jovens pobres, aos quais ensina a arte de produzir boa comida sem desperdiçar nem sequer folhas e cascas dos alimentos.


Fundador da Gastromotiva, Hertz apresentou ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) a proposta de realizar cursos profissionalizantes gratuitos para jovens, capacitando-os a trabalhar no atendimento de atletas durante as competições olímpicas. Até hoje, a entidade já qualificou 4 mil pessoas de baixa renda no Rio de Janeiro e em São Paulo, com apoio do setor privado.

A ministra do MDS, Tereza Campello, disse que a parceria vai levar a metodologia da Gastromotiva para capacitar gestores municipais e agentes responsáveis pela alimentação, principalmente nas escolas. ;Após saírmos do Mapa Mundial da Fome no ano passado, o país hoje assume o desafio de garantir que todos os brasileiros tenham acesso a uma alimentação saudável;, explicou Campello. Ela destacou os esforços do governo federal na valorização dos agricultores familiares, que produzem 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros.


A proposta da Gastromotiva engloba criação de receitas, diversificação de alimentos, higienização, segurança alimentar e nutricional, postura profissional e habilidades básicas da cozinha, como confeitaria, panificação e ecogastronomia. ;Aprender a cozinhar corretamente é uma das coisas mais importantes na vida. A solução está no próprio prato, nos ingredientes naturais;, explicou Hertz.



Três perguntas para
David Hertz, chef de cozinha


É a primeira vez que o Governo Federal lhe chama para uma parceria?

Sim. Vejo no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome uma sinergia para atingirmos um impacto relevante e criar oportunidades de trabalho para milhares de pessoas. Ainda estamos em fase de desenvolvimento dos projetos, estudo de viabilidade e ações.

Sempre se diz que é de pequenino que se torce o pepino. Sem trocadilho, reeducação alimentar de adultos dá resultado?

Claro, existem projetos no mundo todo que levam informações e mobilizações para pessoas, independente da idade ou classe social. A forma como é realizada que é o pulo do gato. Tem que gerar confiança, prazer e colaboração, de uma maneira prática e acessível. Há uma necessidade latente de trazer a criatividade novamente à cozinha para utilizarmos o alimento inteiro. Projetos como o Fruta Feia (da engenheira ambiental portuguesa Isabel Soares, que comercializa produtos que, por estarem fora do padrão de beleza, seriam jogados no lixo) estimulam a criação de políticas públicas de aproveitamento integral de alimentos e abrem espaço para que se criem novas leis contra o desperdício, como vimos recentemente na França, onde os supermercados não podem mais jogar comida fora.

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