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ONGs elogiam metas do Brasil para desacelerar aquecimento global

Já o objetivo de restaurar 12 milhões de hectares de florestas e eliminar o desmatamento ilegal na Amazônia para 2030, que já havia sido divulgado, foi alvo de críticas

Agência France-Presse
postado em 28/09/2015 16:51
Brasília, Brasil - As metas anunciadas na ONU pelo Brasil para frear o aquecimento global foram bem recebidas por ambientalistas, embora o plano para conter o desmatamento da Amazônia seja classificado como pouco ambicioso.

Os especialistas julgaram positivamente que o país tenha se tornado o primeiro em desenvolvimento a assumir objetivos voluntários absolutos - que não dependem de mudanças nos cenários econômicos - e com a obrigação de revisá-los em cinco anos.

A presidente Dilma Rousseff anunciou no domingo, na ONU, que o país buscará reduzir em 37% as emissões de carbono até 2025 e 43% até 2030. O Brasil é considerado um ator fundamental para um acordo sobre a mudança climática na Conferência de Paris (COP21), realizada em novembro.

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"O Brasil fez um anúncio importante que deve influenciar outros países em desenvolvimento a assumir um papel ativo no acordo global sobre o clima. É uma mensagem positiva, mas acreditamos que pode haver algo mais ousado (...) e faltam muitos detalhes e números", disse à AFP André Ferreti, gerente de estratégias de conservação da Fundação Grupo Boticário.

"É um alento ver que o Brasil está determinado em desenvolver uma economia de baixo carbono investindo em energias renováveis", resumiu em comunicado Rachel Biderman, diretora no Brasil da World Resources Institute (WRI), entidade que desenvolve políticas públicas sobre o tema.

Em contrapartida, o objetivo de restaurar 12 milhões de hectares de florestas e eliminar o desmatamento ilegal na Amazônia para 2030, que já havia sido divulgado, foi alvo de críticas.

"Prometer na ONU que haverá desmatamento zero só na Amazônia, e não em todo o país, e daqui a 10 anos, é vergonhoso. Sobretudo quanto o desmatamento ilegal zero é uma obrigação que está na lei brasileira, independentemente da convenção sobre o clima", resumiu Ferreti.

Na mesma linha manifestou-se o Observatório do Clima, rede de organizações dedicadas a estudar o aquecimento global, que chamou o capítulo de "ponto fraco" da agenda.

Sétima maior economia do mundo, que é o país com maior quantidade de espécies do planeta e também um dos maiores emissores de gases de efeito estuda, levará estas propostas para a COP21, que reunirá 195 países com o objetivo de alcançar um acordo para limitar a um máximo de 2 graus o aquecimento do planeta em relação à temperatura da era pré-industrial.

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