postado em 04/11/2015 07:55
Em pesquisa inédita, o Superior Tribunal Militar (STM) divulgou dados que revelam ocorrências de tráfico e uso de drogas ilícitas envolvendo membros das Forças Armadas, inclusive oficiais. O estudo mostra que, entre 2002 e 2012, houve um aumento de 200% nas ocorrências, que subiram de 64 para 192 casos. O perfil dos envolvidos é representado, principalmente, por soldados temporários ou recrutas, chegando a atingir 95% dos registros.Ao todo, mais de 18 mil crimes foram apurados no período pelo Centro de Estudos Judiciários da Justiça Militar da União (Cejum). Apontado como quarto crime mais comum, o tráfico, uso ou porte de entorpecentes representa 7,1% dos crimes, totalizando 1.355 casos. Para o ministro general do Exército e coordenador geral da pesquisa, Fernando Sérgio Galvão, o número de crimes relacionados a substâncias entorpecentes vem crescendo de forma alarmante nos últimos anos. Ele destaca que o aumento das ocorrências é reflexo do aumento do consumo de drogas na sociedade civil.
A pesquisa também indica que 95% dos militares apreendidos são soldados temporários ou recém-recrutados pelo sistema de alistamento obrigatório, solteiros e na faixa de 18 a 20 anos. O ministro não entende que isso signifique um erro no sistema de recrutamento. ;Todo ano são incorporados cerca de 100 mil recrutas às Forças Armadas. Outras pesquisas apontam que os nossos jovens estão aumentando o consumo de drogas e levam isso para dentro do quartel. Isso é reflexo da nossa realidade.;
Normalmente encontrada em pequenas porções, no uniforme ou armário dos envolvidos, a droga que lidera o ranking é a maconha, apreendida em 81,6% dos casos apurados. Entretanto, a pesquisa revela uma preocupação maior para a Justiça Militar: nos últimos anos houve uma redução nos casos que envolviam o entorpecente e um aumento de ocorrências que envolviam cocaína e crack.
A pesquisa também separou o índice dos crimes por região, A 3; CJM (Circunscrição Judiciária Militar), no Rio Grande do Sul, é a que proporcionalmente tem o maior número de casos registradas, levando em conta o contingente militar. Bahia e Sergipe são as unidades da Federação que apontaram o menor índice de ocorrência.
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