Brasil

Resultado do exame de paciente com suspeita de ebola deve sair nesta quinta

Ministro da Saúde diz que medidas foram tomadas e não há motivo para alarde

João Henrique do Vale/Estado de Minas
postado em 12/11/2015 08:44
Unidade de saúde na Pampulha foi totalmente esvaziada e ficará fechada por tempo indeterminado

Belo Horizonte, Minas Gerais - O paciente que foi internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Pampulha, em Belo Horizonte, com suspeita de infecção de ebola foi transferido ontem para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). O resultado do exame de sangue que indicará se ele está contaminado com o vírus deve sair no fim do dia de hoje (12/11). Depois, será feita uma contraprova. O homem, que é brasileiro e tem 46 anos, estava em Guiné, na África, e começou a sentir sintomas da doença dois dias depois de retornar ao Brasil. Ele só procurou atendimento na noite de terça-feira (10/11). A UPA Pampulha está fechada por tempo indeterminado, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA). De acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Castro, ;todas as medidas cabíveis para evitar qualquer problema foram tomadas;. Segundo ele, não há motivos para preocupação.

[SAIBAMAIS]O homem encontra-se isolado e recebendo acompanhamento médico na capital fluminense. Ele chegou de Guiné em 6 de novembro. Dois dias, no domingo, teve febre alta, dor muscular e dor de cabeça. Às 20h de terça-feira, ele procurou a UPA. Segundo o Ministério da Saúde, quando foi verificada a suspeita de contaminação por ebola, o paciente foi isolado e a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e o governo foram avisados sobre o caso. Essas medidas estão dentro do protocolo nacional estabelecidos para esse tipo de situação.

Por volta das 13h20 de ontem, o homem deixou a unidade de saúde e foi levado de ambulância para o Hospital Eduardo de Menezes, localizado no Bairro Bonsucesso, na Região do Barreiro. Na transferência, os funcionários usaram roupas especiais para evitar qualquer contágio. Todos os pacientes e profissionais da unidade que tiveram contato com o homem foram orientados e estão sendo monitorados pela SMSA. Uma equipe do Estado de Minas esteve na UPA Pampulha às 14h e encontrou a unidade fechada. Segundo um dos funcionários, que não quis se identificar, os atendimentos estavam sendo direcionados para outros locais, como o Hospital Odilon Behrens.

O funcionário afirmou apenas que o homem suspeito de ter contraído o vírus ebola deu entrada na terça-feira se sentindo mal e foi necessário isolar toda a unidade. Um homem identificado como Márcio e que procurava a mãe, internada na UPA, se assustou com a notícia de transferência dos pacientes para outras unidades de saúde da capital. ;Fiquei sabendo que ela foi transferida para a Santa Casa e fiquei um pouco assustado, uma vez que até os mais graves, como ela que estava no CTI, tiveram de sair daqui;, comentou.

Memória
Outros casos suspeitos da doença já foram registrados em Minas Gerais, mas nenhum confirmado. A Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Norte em Juiz de Fora, na Zona da Mata, ficou fechada por cinco horas em abril, situação que causou pânico entre os moradores depois que o paciente, que seria da cidade e havia chegado recentemente de uma viagem para Angola, fugiu após receber cuidados médicos. A SES, à época, descartou a doença e informou que o morador tinha sintomas de dengue e malária. Em outubro do ano passado, um paciente deu entrada no Hospital São Sebastião, em Viçosa, também na Zona da Mata, com sintomas da doença. Ele chegou a ficar isolado por quatro horas. No entanto, tratava-se de um alarme falso e a suspeita foi descartada pelas secretarias de Saúde do estado e do município. Em novembro, um susto similar ocorreu em Belo Horizonte. Um chileno de 41 anos desembarcou no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, vindo de Salvador. Ele passou mal durante a viagem e informou aos comissários de bordo a suspeita de estar com ebola. Imediatamente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi acionada e, quando a aeronave pousou, uma equipe já estava a postos para entrar no avião. A doença foi logo descartada. O que era ebola se transformou numa simples diarreia.

(Colaboraram Guilherme Paranaiba e Cristiana Andrade)

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