Brasil

Primeiro resultado de exame de caso suspeito de ebola é negativo

Teste é positivo para malária, mas ebola não pode ser descartado enquanto não for realizado outro exame, cujo resultado sai neste sábado

Estado de Minas
postado em 13/11/2015 07:27
Rio de Janeiro, RJ - O Ministério da Saúde divulgou no início da noite de quinta-feira (12/11) o resultado do primeiro exame realizado no paciente com suspeita de ebola, que foi atendido nessa quarta-feira (11/11) em Belo Horizonte e transferido para o Rio de Janeiro. Apesar de o resultado ter sido negativo para ebola e positivo para malária, ainda é cedo para comemorar. Protocolos internacionais determinam que novo exame deve ser feito em até 48 horas e só depois de um segundo resultado negativo é que se pode descartar a doença. A coleta da nova amostra de sangue será realizada e o novo resultado deverá sair no sábado.

[SAIBAMAIS]Mais cedo, o superintendente de Vigilância Epidemiológica Ambiental e de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerias, Rodrigo Said, informou que 95 pessoas que tiveram contato com esse paciente estão sendo monitoradas em Belo Horizonte: 31 são trabalhadores da UPA Pampulha, onde ele deu entrada; 59, pacientes que também ficaram próximos a ele; e outras cinco pessoas que moram com ele em Belo Horizonte. Essas pessoas estão sendo monitoradas por telefone e se apresentarem febre acima de 38,5;C, receberão uma visita em casa para confirmação dos sintomas, o que até o momento não foi preciso. Se necessário, essas pessoas serão transferidas para o Hospital Eduardo de Menezes, preparado para esse tipo de atendimento.

EXAME O material coletado do paciente foi analisado pelo laboratório da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Segundo o protocolo adotado pelo Ministério da Saúde, é considerado suspeito todo caso onde a pessoa tenha passado por área afetada pelo ebola e que apresente quadro febril até 21 dias após deixar a área, período considerado como limite máximo para incubação da doença.

O paciente continua internado, em bom estado geral e em isolamento no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). Segundo boletim médico, o paciente apresentou resultado positivo para teste de malária e segue com tratamento para a doença, que é muito frequente no continente africano. Caso o segundo exame apresente resultado negativo, o paciente será retirado do isolamento e os 95 contactantes deixam de ser monitorados.

O paciente é um brasileiro de 46 anos que esteve na Guiné (África) e retornou ao Brasil no dia 6 de novembro. No dia 8, ele começou a apresentar sintomas como febre alta, dor muscular e dor de cabeça. Imediatamente após a identificação da suspeita, foi isolado na unidade e teve início a adoção do protocolo nacional estabelecido para casos suspeitos de Ebola. A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte comunicou à Secretaria Estadual de Saúde e ao Ministério da Saúde. E ainda na madrugada dessa quarta-feira, o Ministério da Saúde comunicou à Organização Pan-Americana de Saúde em Washington e à Organização Pan-Americana de Saúde no Brasil.



Ele foi transportado para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), no Rio de Janeiro (RJ), referência nacional para casos de Ebola, seguindo protocolo de segurança. A transferência foi feita por avião da Força Aérea Brasileira, com uma equipe do Samu DF composta por três profissionais (dois médicos e um enfermeiro), e em seguida em ambulância do Samu do Rio de Janeiro, equipada de acordo com os protocolos para atender casos suspeitos de Ebola.

O Ebola é uma doença grave, muitas vezes fatal, com uma taxa de letalidade de aproximadamente 50%. Foi identificado pela primeira vez em 1976, em dois surtos simultâneos: um em uma aldeia perto do rio Ebola, na República Democrática do Congo, e outro em uma área remota do Sudão. A origem do vírus é desconhecida, mas os morcegos frugívoros (Pteropodidae) são considerados os hospedeiros prováveis do vírus ebola.

A pessoa infectada só transmite o vírus quando apresenta os sintomas. O ebola só é transmitido pelo contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos doentes. Para preservar a privacidade do paciente, seu nome não será divulgado.

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