Agência Estado
postado em 15/11/2015 15:39
A prefeitura de Governador Valadares, no leste de Minas, acusou a Vale de entregar água com alto teor de querosene em uma das primeiras viagens dos vagões-tanque cedidos pela empresa para abastecimento da população. Em sua página no Facebook, a administração municipal informou ter descartado o líquido após a constatação de que não serviria para consumo. A Vale nega responsabilidade.A utilização de vagões-tanque com capacidade de 60 mil litros por viagem integra o plano emergencial para o colapso no abastecimento após suspensão da captação no Rio Doce. A Vale informou ter comprado 14,5 milhões de litros de água mineral. Desse total, 10,187 milhões de litros serão entregues na cidade mineira. A quantidade adquirida assegura o consumo de ao menos 3 litros de água por habitante durante 12 dias.
Desde segunda-feira, dia 9, 296 mil pessoas estão com torneiras secas. A prefeitura chegou a informar que a Vale teria admitido responsabilidade. Em nota, a Vale declarou ter coletado a água no local indicado em Ipatinga e transportado o líquido em vagões utilizados para combate a incêndios florestais. "Esses vagões só transportam água e nunca transportaram querosene", reforçou a empresa.
A mineradora ressaltou que entregou a água em local acordado com a prefeitura, que se responsabilizou pela continuidade do transporte em caminhões-pipa, "o que não é de responsabilidade da Vale".
Os vagões transportam 60 mil litros por viagem, mas a prefeita destacou que nesse ponto o acordo com a empresa não está sendo respeitado. "A presidente Dilma (Rousseff) determinou que os vagões da Vale não sejam oferecidos vazios, que cheguem aqui vagões cheios de água tratada, que a Vale busque onde tiver. Os vagões que estão aqui estão vazios."