Estado de Minas
postado em 23/11/2015 09:24
A lama liberada pela catástrofe de Mariana tinge áreas cada vez maiores no mar do Espírito Santo e já interditou as praias de Regência Augusta e Povoação, em Linhares, importantes pontos turísticos do estado.
De acordo com o vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica da Foz do Rio Doce, Carlos Sangália, parte dos rejeitos permanece estacionada próximo à barra, enquanto a mancha avermelhada sobe o litoral, impulsionada por ventos que vêm do Sul.
Até o fim da tarde desse domingo, pelo menos três quilômetros já haviam sido percorridos e peixes de água doce e marinhos começaram a aparecer mortos. Na areia ainda não há vestígios da lama, mas isso pode mudar quando a maré começar a subir. Segundo Sangália, a Prefeitura de Linhares deve instalar placas nas praias atingidas ainda nesta semana, informando sobre a interdição.
A abertura da foz do Rio Doce para a liberação imediata da lama ao mar foi determinada depois de decisão do Tribunal de Justiça do Espírito (que contrariu decisão anterior da Justiça Federal que pretendia obrigar a Samarco a barrar a chegada dos rejeitos ao Oceano Atlântico), na sexta-feira, depois de ouvir ambientalistas.
Segundo o Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema) do Espírito Santo, a retenção da lama no Rio Doce poderia comprometer berçários de espécies de água doce e salgada. O represamento poderia ainda causar inundações nas regiões de Vila do Riacho, Barra do Riacho e na reserva indígena de Comboios. A esperança é que no mar os rejeitos se dissipem mais rapidamente.
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