postado em 26/11/2015 22:10
O governo entrará com uma ação conjunta contra as mineradoras responsáveis pelo rompimento de duas barragens em Mariana (MG), considerada a maior tragédia ambiental do país e que atingiu diversos municípios nas redondezas. O processo será apresentado em nome dos governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo. O assunto será levado à reunião que a presidente Dilma Rousseff terá na tarde desta sexta-feira (27/11) com os governadores dos respectivos estados, Fernando Pimentel e Paulo Hartung. A tragédia deixou 12 pessoas mortas e 11 desaparecidas. O objetivo é responsabilizar a Vale e a BHP Biliton, controladoras da mineradora Samarco, pelos danos causados à população e ao meio-ambiente. O governo já vinha estudando que medidas poderia tomar. A decisão de entrar com a ação foi informada na manhã desta quinta-feira (26/11), em reunião com equipes do Comitê de Gestão e Avaliação de Resposta da crise Mariana, que foi comandada pelo subchefe da Casa Civil Bruno Moretti, com a presidente do Instituto Nacional do Meio Ambiente (Ibama), Marilene Ramos e integrantes de outros ministérios.
Cada pasta contabiliza os danos da tragédia em sua área de atuação, que inclui, entre outros, o Ministério do Meio Ambiente, da Cultura, da Integração Nacional. Todos os prejuizos serão levados em consideração. A Advocacia Geral da União (AGU) avaliava ontem de que forma poderia entrar com a ação.
Devido à tragédia, o rio doce completamente desapareceu. A limpeza das águas deve começar nesta semana. Serão usados floculantes para limpar o rio. O governo quer recuperar a natureza perdida, num esforço que pode durar mais de 10 anos. Segundo o relator especial da ONU sobre direitos humanos e meio ambiente, John Knox, o dano ambiental causado pelo ocorrido equilvale a 20 mil piscinas olímpicas de resíduos de lama tóxica que contaminam o solo, rios e sistemas de água em uma área superior a 850 quilômetros.