Agência Estado
postado em 27/11/2015 20:21
Relatório divulgado pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) acusou a presença em larga escala de metais pesados como arsênio, chumbo e cádmio no Rio Doce depois que o curso d;água foi atingido pelos rejeitos de minério de ferro da barragem da Samarco que se rompeu no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, no dia 5.O levantamento foi feito entre os dias 7 e 13 de novembro ao longo do rio, no sentido foz, entre os municípios de Rio Doce, o ponto mais próximo a Bento Rodrigues, e Aimorés, já na divisa com o Espírito Santo. Ao todo foram analisadas 12 amostras de água.
Em relação ao arsênio, a presença do metal teve a alta mais expressiva registrada em Belo Oriente, Região Leste de Minas, município que fica entre Ipatinga e Governador Valadares, no médio Rio Doce. A amostra colhida no local, em 8 de novembro, apontou índice superior a 0,10 miligramas por litro (mg/l). O volume normalmente encontrado no ponto de coleta é próximo de zero. A ingestão em excesso de arsênio pode causar feridas com difícil cicatrização e câncer.
Na mesma região e data foram encontrados níveis elevados de cádmio. A amostra apresentou quase 0,016 mg/l. No local, o valor comum para o metal também é próximo de zero. Antes, no dia 7, no município de Marliéria, que fica a montante, foi registrado volume de cádmio de 0,013 mg/l. O elemento é muito utilizado na produção de baterias e, se ingerido, mesmo em pequenas quantidades, pode provocar danos a órgãos como fígado e rins.
Quanto ao chumbo a quantidade mais elevada do metal foi encontrada em Ipatinga, 1,65 mg/l, em 8 de novembro. A incidência em condições normais do elemento na região também é próxima de zero. A ingestão do metal pode provocar distúrbios gastrointestinais, no curto prazo, e anemia e problemas neurológicos, no longo prazo.