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Em meio ao embate entre aliados e oposição do Palácio do Planalto em torno da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), representantes de movimentos sociais e políticos prometem participar ativamente da decisão do Congresso Nacional. As primeiras reuniões para definir uma agenda de mobilizações ocorreram ontem mesmo, em vários estados brasileiros. Grupos como o Revoltados On-Line e o Vem Pra Rua ; que assinaram o documento elaborado pelos juristas Miguel Reale Júnior, Helio Bicudo e Janaína Paschoal, acatado na quarta-feira pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ; garantem que estarão no Congresso Nacional em todas as reuniões da Comissão Especial que discutirá a possibilidade do afastamento da presidente Dilma.
Os 65 integrantes da comissão serão escolhidos em reunião extraordinária na segunda-feira que vem, e eles terão 10 sessões para elaborar um parecer pela abertura ou não do processo. Em seguida, o relatório irá para o plenário, onde 342 deputados terão que votar favoravelmente ao impeachment para que o processo seja aberto. Em vídeo postado na página do Movimento Brasil Livre em rede social, o coordenador nacional do MBL, Fernando Holiday, convocou os brasileiros a voltar para as ruas para cobrar um posicionamento dos deputados federais e senadores. Manifestações em todo o Brasil já estão marcadas para o domingo 13 de dezembro.
;A batalha do impeachment começa agora. Não vamos deixar que tudo que fizemos ao longo de 2015 seja em vão. Agora, a batalha começa a ficar mais árdua, e o papel do cidadão nas ruas se torna cada vez mais importante. Serão tempos de guerra;, afirmou Holiday. Durante discurso em convenção nacional do DEM realizada ontem pela manhã em Brasília, ele disse que ;o povo não irá apoiar aqueles que defenderem a corrupção;.
Líder do Movimento Vem pra Rua do Distrito Federal, Jailton Almeida está confiante na aprovação da abertura do processo de impeachment no plenário da Câmara. ;Estaremos lá para acompanhar tudo, e como a votação é aberta, acreditamos que dificilmente alguém vai se comprometer votando para manter um governo falido;, defendeu. Também em página na internet, o fundador do grupo Revoltados On Line, Marcello Reis, avisou que ;agora o bicho vai pegar; e que em breve haverá ;o maior manifesto do nosso querido Brasil;. Marcello também disse que haverá ;resistência; e pede aos simpatizantes que efetuem doações para duas contas bancárias ou via cartão para ;continuarmos nesta guerra entre o bem e o mal;.
Democracia
Na defesa de Dilma, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) marcou para hoje, em Brasília, a primeira manifestação contra o impeachment. O evento terá a participação de outras entidades, como a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e a Frente Brasil Popular. ;É um ato contra o golpe e contra o retrocesso na democracia;, afirmou o presidente da entidade, Vagner Freitas. O sindicalista também fez críticas ao presidente da Câmara, que, segundo ele, deveria estar preso. ;O deputado tenta tirar o foco das suas irregularidades e da possibilidade grande de ele ser deposto e preso;, argumentou Freitas. A central vai se reunir na segunda-feira com outros movimentos sociais, como o MST e a Via Campesina, para definir um calendário de atos em defesa de Dilma.
Em nota, o presidente da CTB, Adilson Araújo, expressou ;repúdio; à tentativa de afastamento da presidente, que ele classificou de ;atitude golpista;. O sindicalista afirmou ainda que Eduardo Cunha ;não reúne sequer condições morais e éticas para o cargo, tampouco para questionar a legitimidade de um governo democraticamente eleito por 53% dos brasileiros;.Idealizadora da página Não vai ter golpe, Janise Carvalho disse ontem que manterá contato com o diretório do PT para articular um movimento contra o impeachment da presidente. ;Como cidadã, espero que prevaleça a justiça. Se não há uma base política, teremos que confiar nas instituições;, disse ela, que defendeu manifestações em todos os estados para evitar a vitória dos ;golpistas;.
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