Brasil

BHP examina decisão judicial que congela ativos pelo rompimento da barragem

A anglo-americana BHP e a brasileira Vale são proprietárias em partes iguais da Samarco, 10ª exportadora do Brasil e responsável pela barragem de rejeitos de mineração que rompeu em 5 de novembro

Agência France-Presse
postado em 22/12/2015 08:38
A BHP Billiton anunciou nesta terça-feira (22/12) que está revisando a decisão de um juiz de congelar seus ativos brasileiros para garantir a indenização pelo rompimento de uma barragem que provocou o maior desastre ambiental da história do Brasil. Na segunda-feira (21/12), a Vale, que também teve os bens bloqueados, anunciou que vai recorrer da decisão da justiça de bloquear seus bens e suspender as licenças de exploração.

A anglo-americana BHP e a brasileira Vale são proprietárias em partes iguais da Samarco, 10; exportadora do Brasil e responsável pela barragem de rejeitos de mineração que rompeu em 5 de novembro, provocando uma enxurrada de lama que soterrou o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Minas Gerais. "Estamos revisando a decisão e considerando as opções, incluindo os possíveis motivos para apelar", disse um porta-voz da BHP.



A empresa informou que duas pessoas que trabalhavam para a BHP continuam desaparecidas. A medida cautelar determina que as empresas efetuem em 30 dias um depósito de dois bilhões de reais, quantia que será utilizada na execução do plano de recuperação integral dos danos provocados pela tragédia.

O juiz considerou que Vale e BHP são "corresponsáveis" pelas decisões tomadas pela Samarco e determinou a "indisponibilidade" de suas licenças para exploração. A mineradora informou que recorreu, junto com a Vale e a Samarco, a um escritório de advogados com sede em Nova York, Cleary, Gottlieb, Steen & Hamilton, para investigar a causa da ruptura da barragem. "A BHP Billiton se comprometeu em publicar os resultados da investigação externa", afirma a empresa em um comunicado.

A torrente de lama e rejeitos de mineração percorreu mais de 650 km pelo rio, através dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, e atingiu o Oceano Atlântico, afetando o ecossistema marinho. Serão necessários pelo menos 10 anos para a recuperação das condições básicas da bacia, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação