postado em 07/01/2016 18:28
A Polícia Militar (PM) de Goiás confirmou que o homem armado que teria ameaçado estudantes em manifestação em Goiânia é policial. Segundo a PM, ele foi identificado e ;colocado à disposição da Corregedoria, que instaurou processo para a apuração dos fatos e atribuição de responsabilidades;.
A manifestação dos estudantes ocorreu na segunda-feira (4/1). Eles saíram às ruas com cadeiras penduradas no pescoço, em protesto contra mudanças administrativas decididas pelo governo. Um estudante registrou a presença de um homem armado que ameaçava os estudantes e publicou na internet.
Desde o final do ano passado, secundaristas ocupam escolas em Goiás. Atualmente, são 24 escolas sob controle dos alunos. Outra reclamação dos estudantes é que viaturas policiais estão posicionadas nas portas das escolas e têm intimidado os alunos.
A PM diz que a presença nesses locais ;em hipótese alguma tem caráter intimidatório; e acrescenta que a presença nas imediações dos colégios tem como objetivo ;garantir a ordem social, a paz e a incolumidade das pessoas, inclusive, dos próprios manifestantes que se encontram naqueles locais;.
As reformas propostas pelo governo terceirizam a administração das escolas estaduais, que passará a ser feita por organizações sociais, entidades filantrópicas privadas. Além de cuidar da administração e infraestrutura, elas poderão contratar tanto professores quanto funcionários administrativos. O quadro atual de concursados será mantido, mas novos profissionais passam a poder ser escolhidos por processos seletivos e contratados pelas entidades.
Segundo a Secretaria de Educação (Seduce), as escolas continuarão "100% públicas e gratuitas". O objetivo é dar maior eficiência e melhorar a qualidade das unidades, que terão as estruturas melhoradas e manutenção constante. Com a administração terceirizada, professores e diretores terão tempo para focar no trabalho pedagógico.
Para os estudantes e professores a decisão foi tomada sem diálogo com a comunidade escolar. Eles acham que terceirizar a administração e a contratação de professores pode ser prejudicial para a escola, além de abrir margem para a desvalorização dos docentes e redução de direitos em relação a contratação por concurso público.
A Seduce informou que na tarde de ontem um grupo de estudantes foi recebido pela secretária de Educação, Raquel Teixeira. ;Pelas perguntas feitas à secretária, ficou claro que os manifestantes sequer acompanham as principais informações sobre o projeto de gestão compartilhada, que estão disponíveis para todos. Isso demonstra o caráter mais político e ideológico do movimento do que um real interesse pela educação", diz a nota divulgada hoje.
A Secretaria reafirmou o interesse em continuar informando e esclarecendo sobre o projeto, desde que o grupo se organize e escolha uma comissão de representantes. Os estudantes dizem que entregaram uma carta à secretária com as principais demandas, mas que Raquel Teixeira não concordou em dialogar com todos eles.