O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxis no Estado de São Paulo (Simtetaxi-SP) afirmou, em nota, que o presidente da entidade, Antonio Matias, conhecido como Ceará, deixou "o nervosismo falar mais alto" na última quinta-feira (28/01) quando publicou um vídeo na internet incitando a violência na categoria contra os motoristas do aplicativo ;ber.
Na noite do mesmo dia, os chamados frotistas, agrediram colaboradores do concorrente que ainda é considerado ilegal na capital e depredaram veículos que atendiam passageiros no Hotel Unique, durante uma festa da revista Vogue.
Pela manhã, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse, em coletiva de imprensa, que os taxistas "vão desaparecer pela concorrência predatória", caso não aceitem a regulação do transporte individual, e que não existiria condições de "fiscalizar uma nuvem", em referência ao aplicativo.
Ceará foi ao ataque. "Chega de palhaçada nessa cidade. Agora é cacete, prefeito", declarou.
Outras frases como "acabou a moleza" também foram ditas pelo presidente sindical. De acordo com a nota da entidade, não "há relação" entra as palavras de Ceará "e o cenário de violência com carros depredados e pessoas feridas".
Segundo o Simtetataxi, "Ceará acabou deixando o nervosismo falar mais alto, o que resultou no vídeo publicado nas redes sociais". A entidade também explica que a palavra "cacete" foi "aparentemente mal empregada por Ceará", mas justifica o termo dizendo que a expressão "remete a mobilização e força para enfrentar as dificuldades que estão por vir".
No ano passado, Matias se envolveu em outra polêmica, afirmando que caso a Prefeitura não tornasse a Uber ilegal e fiscalizasse os carros clandestinos iria "ter morte" no trânsito paulistano.
Histórico
O presidente do Simtetaxi é braço direito do vereador Adilson Amadeu (PTB), que também luta para proibir a Uber na cidade de São Paulo. Ceará, no entanto, não representa os taxistas da categoria comum, os autônomos.
Ele é o chefe da entidade que defende os interesses dos funcionários das frotas de táxi que atuam na capital. Muitas vezes, o sindicalizado não possui um alvará e é o segundo taxista do carro.
Nas vezes em que a cidade de São Paulo parou em protestos de taxistas contra o aplicativo, os atos foram convocados pelo Simtetaxi, com o apoio do vereador Amadeu.
A maioria dos motoristas que fizeram longas filas em volta da Prefeitura e da Câmara dos Vereadores, no centro da cidade, trabalhava para frotas.