Jornal Correio Braziliense

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SP: agentes públicos são capacitados para atender a refugiados e migrantes

O secretário informou que o governo estadual mantém uma casa de passagem na capital, com capacidade para 50 pessoas, que recebe prioritariamente mulheres refugiadas com filhos

Servidores públicos de diversas áreas participam hoje (17) de uma capacitação para melhor atender aos refugiados e migrantes que chegam ao estado de São Paulo. A ação envolve funcionários estaduais e municipais de setores como saúde, educação e assistência social.


[SAIBAMAIS]O ciclo de capacitação traz desde informações técnicas até a apresentação da oferta de serviços, os diferentes aspectos da recepção e assistência aos refugiados e migrantes. ;O interessante desse evento é que ele surge a partir de uma demanda dos próprios refugiados, que gostariam de ser mais bem atendidos pelos mecanismos públicos de assistência social do estado;, disse Luiz Fernando Godinho, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

Segundo ele, o Brasil tem atualmente 8,4 mil refugiados reconhecidos e 12 mil solicitantes. Estima-se que metade dessa população vive no estado de São Paulo. Godinho explica que cabe ao governo federal promover a proteção legal dessas pessoas, processar os pedidos de refúgio e documentá-los. O estado e o município têm como responsabilidade garantir o acesso a políticas públicas, como escola, assistência social, saúde, habitação e geração de renda.

;Muitas vezes, o funcionário que está dentro do balcão não tem muita noção do que é o refugiado, desde os conceitos básicos, dos direitos que ele tem como solicitante de refúgio. A lei brasileira garante, por exemplo, o acesso à saúde, à educação mesmo àqueles que ainda não tiveram seus pedidos reconhecidos;, disse Godinho.

Felipe Sigollo, secretário adjunto de Desenvolvimento Social do governo estadual, consodera que a capacitação ajudará os agentes a equalizar a forma de atendimento. ;É uma ação extremamente importante para todo o governo, servidores públicos, gestores das áreas de assistência, sociedade civil, conselhos, para todo mundo ter mais informação e atuar da mesma forma nessa questão tão delicada;.

O secretário informou que o governo estadual mantém uma casa de passagem na capital, com capacidade para 50 pessoas, que recebe prioritariamente mulheres refugiadas com filhos. Ele disse que o serviço deve ser ampliado, com mais uma casa para 50 pessoas a ser inaugurada neste ano.

;Por enquanto, [a casa] tem atendido à demanda, que tem crescido. O nosso público é prioritariamente de africanos - de Angola, do Congo e Senegal. Eles têm vindo em grande quantidade pelos problemas em seus países, a maioria vítima de perseguição política e religiosa;, declarou.