Agência Estado
postado em 24/02/2016 13:31
Em visita ao Pernambuco, Estado com o maior número de casos de microcefalia, a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, afirmou nesta quarta-feira, 24, que as evidências da associação entre o zika e a malformação estão "mais, mais e mais fortes", apesar de "ainda não totalmente claras".Em pronunciamento a autoridades, médicos e imprensa em Recife, Margaret Chan salientou que o Brasil "não está sozinho" e que tem "força e determinação" para erradicar o mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus.
Vestindo a camiseta da campanha Zika Zero, do governo federal, presente recebido ontem da presidente Dilma Rousseff, a diretora elogiou a "tomada de liderança" do País no compartilhamento de informações com a OMS, algo que está "baseando ações contra a zika em todo o mundo". Para ela, o vírus é misterioso e cheio de truques: "Por isso, muitas perguntas ainda estão sem respostas "
Antes da fala, Margaret Chan se reuniu com as médicas Ana e Vanessa van der Linden, do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) - pioneiras em identificar o surto de microcefalia em Recife -, e assistiu, tomando nota de tudo, a apresentações sobre o panorama da má-formação em Pernambuco.
"O vírus da zika tem consequências devastadoras para as grávidas Fico feliz em ver que estão sendo desenvolvidos novos protocolos para cuidar de bebês com anomalias neurológicas", disse a diretora.
Ela reforçou o discurso de que, enquanto não há "vacinas ou diagnósticos confiáveis para entender os efeitos da infecção por zika na primeira etapa da gestação", eliminar o mosquito deve ser "a linha de frente da estratégia de defesa". "O mosquito é inteligente: vai achar jeitos de atacar as pessoas. Não tenho medo dele, mas temos que tomar precauções, pois não se trata de tarefa fácil", disse.
Margaret Chan embarca nesta tarde para o Rio de Janeiro, onde visitará a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ela está na companhia do ministro da Saúde, Marcelo Castro, e da diretora-geral da Organização Panamericana de Saúde (Opas), Carissa Etienne.