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Dilma assina acordo de formação de um fundo de R$20 bilhões com a Samarco

Segundo a presidente, o acordo é um marco importante para a história do país e que "conseguimos estabelecer uma convergência de interesses em defesa dessas situações, do meio ambiente e da vida"

Naira Trindade
postado em 02/03/2016 17:13

A presidente Dilma Rousseff assinou, na tarde desta quarta-feira (02/03), um acordo de formação de um fundo de R$ 20 bilhões com a mineradora Samarco ; empresa da Vale e da anglo-australiana BHP ; para a reparação da bacia do Rio Doce, devastada com o rompimento de uma adutora no município mineiro de Mariana.

A aceitação de um acordo proposto pelas empresas visa dar agilidade às reparações do desastre ambiental do Rio Doce. Havia um desinteresse do governo de perder mais tempo em uma ação civil pública contra a Samarco para que a Justiça determinasse a criação do fundo com medidas para revitalizar a bacia Rio Doce.

Ao discursar, a presidente Dilma frisou que assinatura é um marco para o país. ;Nós estamos fazendo história com esse acordo. Nós conseguimos estabelecer uma convergência de interesses em defesa dessas situações, do meio ambiente e da vida;. ;Nós prescindimos a vida. Defendíamos que os processos de reparação fossem mais céleres. Celeridade e direito não desprepeitado. Eram os dois pilares fundamentas desse acordo;, defendeu a presidente.

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O advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, que se despede da pasta ao assinar este acordo, afirmou que o termo é um símbolo para o Brasil. ;O símbolo de um enfrentamento de uma tragédia. Nós estamos falando de 1,1 milhão de habitantes envolvidos. É um símbolo porque envolve os no debate;, disse.

;E mostra que esse Brasil, quando consegue dialogar, quando consegue construir soluções, é um Brasil que consegue se superar. É um Brasil que consegue produzir soluções;, elogiou o advogado, que esperou a assinatura do acordo para repassar, amanhã às 10h, a pasta para o novo advogado-geral, José Eduardo Cardozo.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, destacou que foram trabalhos intensos para se concretizar o acordo. De viagens e decisões de se conseguir recursos para ajudar os estados atingidos de Minas Gerais e Espírito Santo. ;A solução dada é para ninguém esquecer do problema. Ainda há uma desconfiança de se beber água. Será um longo período de reconquistar essa confiança de se ter doce o Rio Doce;, afirmou a ministra.

Para o prefeito de Colatina (ES), Leonardo Leptulki, a caminhada para reparar os danos nos dois estados está apenas começando. ;A decisão da empresa de construir o acordo é a decisão que cria um marco pelo Brasil. A gente teve capacidade num prazo curtíssimo de estar hoje aqui construindo esse acordo;, afirmou.

Governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, reforçou que a jornada será longa, já tem planos para envolver os prefeitos dos dois estados no trabalho de reparação da bacia. ;Estávamos desafiados e conseguimos chegar até aqui. Mas continuamos desafiados e temos muita responsabilidade nessa caminhada. Eu e o governador Pimentel vamos fazer uma coisa nos próximos dias, chamar todos os prefeitos nos próximos dias para o diálogo e acompanhamento;.

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, concordou com o desafio de reunir os prefeitos e adiantou que devem se reunir nas próximas semanas para dar andamento às atividades na região devastada. Para Pimentel, o acordo é ;uma demonstração enorme de maturidade política e histórica para o país;.

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