Brasil

Cientistas da Fiocruz testam bactéria contra o vírus da zika

Procedimento que imuniza os insetos e evita a transmissão de zika, chicungunha e dengue

postado em 05/03/2016 09:59
Os mosquitos foram infectados com a bactéria em laboratório. Segundo cientistas, não há riscos para a saúde
A Fiocruz anunciou ontem os resultados do projeto que inibe o desenvolvimento e a transmissão da dengue, febre chicungunha e zika vírus ao infectar o mosquito Aedes aegypti com a bactéria Volbaquia. Ao ser infectado com a bactéria, o inseto cria imunidade aos vírus, evitando a transmissão das doenças.

O método foi testado em dois bairros no Rio de Janeiro. O projeto da Fiocruz liberou os mosquitos com a bactéria na Ilha do Governador e em Jurujuba em agosto do ano passado. Quando coletados, em janeiro, 80% dos mosquitos do local estavam infectados. O resultado sugere que o controle se baseia na reprodução natural do inseto. A fêmea infectada repassa a bactéria para os filhotes, que também nascem incapazes de transmitir as doenças.

[SAIBAMAIS]A Volbaquia é natural em pelo menos 70% dos insetos. Entretanto, não ocorre naturalmente no Aedes aegypti. Por isso, as primeiras infecções do mosquito foram feitas em laboratório. A bactéria é inócua, ou seja, vive dentro das células do hospedeiro. Então, quando o inseto morre, ela morre também. Segundo o projeto, a Volbaquia não oferece risco à saúde humana.



Segundo a Fiocruz, a eficácia do método só será atestada após dois anos de resultados. Segundo a instituição, a expansão e a aplicação da técnica dependem da disponibilização de verba do Ministério da Saúde.

OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou ontem que o Brasil vive a ;estação alta; de proliferação da zika e apontou que se acumulam evidências da relação entre o vírus e os casos de microcefalia. A entidade convocou uma nova reunião de emergência dos especialistas internacionais para 8 de março, com a possibilidade de que o alerta mundial seja incrementado.

Em entrevista à imprensa internacional em Genebra, o diretor de Operações da OMS para a zika, Bruce Aylward, atualizou os resultados de pesquisas realizadas pelo mundo. ;Hoje, temos registrado o vírus em 47 países;, disse Aylward, que admitiu que o surto é um dos ;mais desafiadores; que ele já enfrentou.

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