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Nenhuma vítima em SP iniciou tratamento contra H1N1 nas 48 horas iniciais

Do total de oito mortes registradas na cidade até o dia 22 de março, último dado disponível, seis eram homens. Sete das vítimas tinham mais de 45 anos, dos quais três eram idosos

Agência Estado
postado em 07/04/2016 08:12
A maioria dos mortos pela gripe H1N1 na cidade de São Paulo era do sexo masculino e nenhuma das vítimas iniciou o tratamento com Tamiflu dentro do período recomendado de 48 horas após os primeiros sintomas, apontam dados da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo obtidos pela reportagem. Do total de oito mortes registradas na cidade até o dia 22 de março, último dado disponível, seis eram homens. Sete das vítimas tinham mais de 45 anos, dos quais três eram idosos. A única vítima com idade inferior a 45 anos era uma gestante.

Sete dos oito mortos apresentavam alguma doença crônica, como diabete ou obesidade, condições que aumentam o risco de complicação em caso de infecção de gripe. Esse grupo, assim como idosos, crianças e gestantes, podem vacinar-se gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde todos os anos. Apesar disso, de acordo com a secretaria, pelo menos três dos sete mortos, embora tivessem a indicação de imunização, não eram vacinados. Os demais casos estão em investigação.

[SAIBAMAIS]Todos os mortos fizeram uso do medicamento oseltamivir, mais conhecido como Tamiflu, que reduz o risco de agravamento do quadro, mas o início do tratamento variou de 4 a 11 dias após os primeiros sintomas, quando o recomendado é que ele seja oferecido ao doente em até dois dias depois do começo da manifestação da doença.



Para Francisco Mazon, pneumologista da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e do Hospital das Clínicas, o tratamento tardio pode ser uma consequência da demora dos pacientes em buscar auxílio médico. "Quando começam os sintomas, algumas pessoas acham que vão melhorar logo e acabam procurando ajuda somente quando desenvolvem um quadro mais grave", diz o especialista. Ele afirma que isso pode acontecer de forma mais frequente entre os homens, que costumam ser mais resistentes em procurar ajuda médica. "Não dá para dizer que essa é a causa de mais homens terem morrido na cidade de São Paulo, porque o número absoluto de casos é pequeno para ser feita uma comparação, mas existe uma tendência", afirma ele.

Regiões
Os dados da Secretaria da Saúde mostram ainda que o distrito com o maior número de óbitos foi o Jardim Paulista, na zona oeste, com duas vítimas. Em seguida, com uma vítima cada, aparecem os bairros de Sacomã, Ipiranga e Capão Redondo, na zona sul, Limão, na zona norte, e Ponte Rasa e São Miguel, na zona leste.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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