Um em cada cinco brasileiros consome doces em excesso. É o que revela pesquisa divulgada ontem pelo Ministério da Saúde. O índice é maior entre jovens: 28,5% da população de 18 a 24 anos ingere açúcar regularmente acima do recomendado. Na mesma faixa etária, 30% têm o hábito de tomar sucos artificiais e refrigerantes em, pelo menos, cinco vezes na semana. O estudo também revela que a quantidade de pessoas com a doença no Brasil aumentou. Pulou de 5,5% da população em 2006, para 7,4% no ano passado.
De acordo com o ministro da saúde, Marcelo Castro, o crescimento do número de pessoas com diabetes é uma tendência mundial, ligada ao estilo de vida sedentário. Ele também afirmou que a obesidade é um dos principais fatores de risco e incentivou a educação alimentar de crianças e jovens. Para a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, todos têm papel fundamental na luta contra a doença. ;Juntos, poderemos parar o aumento no número de casos de diabetes e fornecer cuidados para melhorar a qualidade de vida para os milhões de pessoas que vivem nessa condição;. Dados da agência mostram que, a cada minuto, 10 pessoas morrem em decorrência do diabetes.
Michele Costa tem 18 anos e descobriu o diabetes aos cinco. A estudante conta que comia doces com frequência. ;Comia sempre, todos os dias. Amava;. Desde que foi diagnosticada com a doença, ela vive cercada de regras. Nada de comer açúcar, carboidrato nem alimentos gordurosos. ;De vez em quando, ainda como, mas não deveria;, confessa. A doença também não deixa a filha de Magna Ferreira, 39, viver em paz. Milena, 16, teve o diabetes diagnosticado aos 10. Desde então, faz visitas rotineiras ao hospital. ;Semana passada, ela passou cinco dias internada;, conta a mãe. Desidratação e perda de peso são alguns dos sintomas que tiram a qualidade de vida da garota.
A pesquisa mostra que a doença atinge mais mulheres (7,8%) que homens (6,9%). Segundo a endocrinologista e metabologista Carolina Meireles, essa diferença se dá apenas por causa do diagnóstico, ou seja, porque mulheres fazem mais exames preventivos. Quanto ao aumento da incidência, ela explica que é devido ao estilo de vida. ;Alimentação cada vez mais errada, com comida processada, muita gordura e açúcar. Além disso, tem o sedentarismo. As pessoas não se exercitam;. Ela ainda destaca que os refrigerantes e sucos artificias ;são puro açúcar;. Em relação ao futuro, a médica não é nada otimista. ;Se continuar assim, a quantidade de pessoas doentes só tende a subir;, afirma.
Cidades
Entre as cidades, o Rio de Janeiro apresentou o maior percentual de população adulta com diagnóstico de diabetes (8,8%), seguido de Porto Alegre (8,7%) e Campo Grande (7,9%). Palmas (3,9%) apresenta o menor, com São Luís (4,4%), Boa Vista (4,6%) e Macapá (4,6%). Outro dado que chama a atenção é a questão da escolaridade. Pessoas com menos anos de estudo estão mais propensas à doença.
Segundo dados do trabalho, cerca de 20% das internações por diabetes devem-se a lesões nos membros inferiores e 85% das amputações não traumáticas são precedidas de feridas. Cuidados como procurar e observar os pés, diariamente, à procura de pequenos machucados, bolhas, áreas avermelhadas e alterações na unha são suficientes para evitar complicações ou até mesmo uma amputação. Essas medidas estão presentes no documento que será entregue aos profissionais da saúde da rede pública.
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