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Escolas técnicas da rede estadual de São Paulo ficam sem merenda na capital

A autarquia que administra as Escolas Técnicas do Estado (Etecs), admitiu o problema e disse que trabalha para solucionar "questões pontuais"

Agência Estado
postado em 21/04/2016 10:08
Escolas técnicas da rede estadual de São Paulo na capital estão sem merenda ou com o fornecimento irregular desde o início do ano letivo. Em algumas unidades, os alunos recebem apenas a comida seca (bolachas, barra de cereal e suco), que às vezes não é distribuída por semanas. Em outras, não há o fornecimento de nenhum alimento.

Em nota, o Centro Paula Souza, autarquia que administra as Escolas Técnicas do Estado (Etecs), admitiu o problema e disse que trabalha para solucionar "questões pontuais", com a readequação da estrutura disponível em algumas unidades e a negociação com as prefeituras e a Secretaria Estadual da Educação. Ontem, alunos de dez Etecs fizeram um protesto na Avenida Paulista, reivindicando merenda em todas as unidades e a melhoria dos alimentos fornecidos, uma vez que a maioria dos estudantes fica nesses colégios em período integral.

Douglas Oliveira Ferreira, de 18 anos, está no 3.; ano na Etec Guaracy Silveira, em Pinheiros. Ele cursa o ensino médio regular pela manhã e à tarde curso técnico em Marketing. "Não recebemos nada de merenda, nem bolachinha. Como vamos estudar o dia todo desse jeito?"

[SAIBAMAIS]Ele disse que a unidade tem um equipamento para que os jovens esquentem a marmita que levam de casa, mas é insuficiente. "Se todos forem esquentar as marmitas, vamos perder aula. Aqui em Pinheiros é muito caro para comer e já vi estudantes que ficam sem almoçar."

Na Etec Basilides de Godoy, na Lapa, os alunos recebem apenas a merenda seca. Mas no mês passado, disseram ter ficado duas semanas sem receber nada. "Já não é o ideal que alunos que estudam o dia todo só recebam barra de cereal, mas ficar sem nada é ainda pior", afirmou Naara Malian, de 16 anos, do 1.; ano do ensino médio.

Silvia Elena de Lima, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps), disse que desde o ano passado algumas unidades enfrentavam problemas com o fornecimento da merenda, mas neste ano a falta se intensificou. "É muito problemático, porque merenda seca não é adequada para adolescentes. E não há estrutura: quem distribui os alimentos são servidores administrativos, acumulando função."

Estrutura. O Centro Paula Souza informou que investiu nos últimos meses mais de R$ 250 milhões na ampliação e melhoria na estrutura das unidades, incluindo obras para o armazenamento e preparo das merendas, disponíveis hoje em cerca de 200 Etecs.

A autarquia destacou que na Etec São Paulo, no Bom Retiro, a merenda seca começará a ser distribuída no segundo semestre deste ano, já que uma área está sendo adequada para o armazenamento de alimentos. Disse ainda que os alunos têm hoje um refeitório, com micro-ondas e geladeira, para aqueles que levam a própria refeição. Quanto à resolução dos problemas nas demais Etecs, o Centro Paula Souza não se pronunciou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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