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Prejuízo com paralisação da duplicação da BR-381 pode chegar a R$ 300 mi

Duplicação da BR-381 foi prometida por três presidentes e está com obras paralisadas: prejuízo pode chegar a R$ 300 milhões

Marcelo da Fonseca/Estado de Minas
postado em 15/05/2016 08:10
Trecho da BR-381, em Minas: promessas de campanha da Dilma, como duplicações das rodovias, herdadas por Temer
Novo chefe do Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer (PMDB) adotou tom cauteloso em seu discurso de posse, com foco em equilibrar as contas e reajustar a economia. No entanto, promessas de campanha eleitoral, feitas em palanques políticos com a presidente afastada Dilma Rousseff (PT), não serão esquecidas pelos eleitores e agora foram herdadas pelo peemedebista. Em Minas, não faltam demandas da população que recairão sobre Temer, como a longa novela da duplicação da BR-381, prometida desde o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), na década de 1990. Desde o anúncio do início das obras, feito por Dilma em maio de 2014, em período de pré-campanha eleitoral, as melhorias pouco avançaram e em muitos trechos as máquinas já foram paralisadas. Resultado: o pouco que foi feito na estrada está se perdendo e pode representar um desperdício de mais de R$ 300 milhões para os cofres públicos. A reportagem do Estado de Minas percorreu a rodovia e registrou pouca movimentação de operários. Em alguns trechos em que foram feitas terraplanagens para a construção de um novo traçado da chamada Rodovia da Morte, o mato toma conta das obras abandonadas e surgem buracos por onde passará o novo asfalto.

A obra é apontada como prioritária por Dilma desde 2012, quando, em cerimônia em Belo Horizonte, ela anunciou pela primeira vez a liberação de recursos para a duplicação no trecho entre a capital mineira e Governador Valadares. Em outras duas cerimônias, Dilma voltaria a anunciar recursos para as melhorias na estrada, até que em 12 de maio 2014 ; exatos dois anos antes de deixar o Planalto ; a petista assinou a ordem de serviços para a duplicação. Menos de seis meses após o início das obras, as dificuldades na economia passaram a afetar os repasses para a duplicação. No início do ano passado, as empresas que assumiram a obra começaram a retirar operários e máquinas dos canteiros de obras. A via foi dividida em 11 partes, sendo que em apenas cinco as obras começaram. Até hoje, nenhuma parte foi concluída e as obras continuam em ritmo lento. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), até o fim do ano passado foram gastos R$ 293 milhões com a obra. O dinheiro corre o risco de ser desperdiçado, caso o ritmo das obras não seja retomado.

;Na prática, foram entregues até agora túneis, viadutos e ações de terraplanagem em algumas partes da BR. Porém, não foram feitas as ligações com os túneis que estão prontos e as terraplanagens não receberam asfalto. Essas obras podem ir se perdendo, caso a obra pare de receber os investimentos, e teremos mais de R$ 290 milhões perdidos;, avalia Luciano Araújo, coordenador do Movimento Nova 381 e presidente da regional da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) do Vale do Aço.

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