Agência Estado
postado em 18/05/2016 14:17
A crise na educação no Rio de Janeiro ganhou um novo capítulo nesta quarta-feira (18/5) com a paralisação de 24 horas dos professores da rede municipal. A categoria cruzou os braços para participar da última audiência pública que discute a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2017, na Câmara de Vereadores. O debate no plenário trata especificamente da área de educação.
Após a audiência, os professores farão uma assembleia e cogitam colocar em votação um indicativo de greve caso sejam cogitados cortes orçamentários na educação. Na rede estadual, os docentes estão em greve desde 1; de março com objetivo de conseguir reajuste salarial.
Os estudantes ocupam 62 duas escolas estaduais por melhorias no ensino e em apoio à paralisação dos professores. Um grupo ocupa também a sede da Diretoria Regional Metropolitana III, da Secretaria Estadual de Educação, em protesto contra as investidas do movimento que cobra a desocupação.
O impasse nas negociações com professores e estudantes da rede estadual resultaram na queda do secretário estadual de Educação, Antônio Neto. O novo titular da pasta, Wagner Victer, sinalizou que não haverá aumento salarial, em entrevista ao noticiário Bom Dia Rio, da TV Globo.
"Temos que verificar as contas do Estado, é um trabalho que a Secretaria da Fazenda e o governador (em exercício, Francisco Dornelles, do PP) estão fazendo, estão discutindo a dívida do Estado, da União, em função desses cenários, pode ser voltar à discussão em um momento oportuno", afirmou Victer.
Uma assembleia realizada na tarde de terça-feira (17/5) decidiu pela continuação da greve na rede estadual. O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) apresentou proposta de reposição salarial de 30% e agora cobra uma contraproposta. Victer afirmou que manterá os acordos já firmados com os estudantes que ocupam as escolas.
"No tocante à questão de greve e ocupações a gente vai manter um diálogo, manter e aperfeiçoar o diálogo, continuar dentro desse processo do diálogo, atendendo algumas questões e executando algumas questões, não basta verbalizar, tem que executar", disse "E a gente tem certeza de que vai chegar a uma convergência. Porque, na prática, quem está prejudicado são os alunos, os pais dos alunos, geralmente pessoas muito carentes que querem ter aula."
O comando das escolas ocupadas fará uma reunião nesta quarta-feira no Colégio Estadual Stuart Angel, em Senador Camará, zona oeste do Rio. "Quando começávamos a avançar nas negociações, houve a mudança de secretário e atrasou tudo. Não sabemos como vai ser", disse a estudante Sarah Chinchilla, de 17 anos, do 3; ano do ensino médio do Colégio Estadual Central do Brasil.
Os estudantes já tiveram as principais demandas atendidas pela Secretaria Estadual de Educação, como eleição direta para escolha do diretor e o fim do Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Saerj). Em 2017, haverá reformulação da avaliação para que seja feita em parceria com professores e sirva como um simulado para os alunos.