Jacqueline Saraiva
postado em 03/06/2016 10:17
Um dos alvos da Operação Esfinge, deflagrada na manhã desta sexta-feira (3/6), é um escritório de consultoria, que teria movimentado cerca de R$ 70 milhões em propinas. A suspeita da Polícia Federal é que a empresa está envolvida na fraude de uma licitação da Casa da Moeda. De acordo com a investigação, o local servia de fachada para intermediar o pagamento de propina aos envolvidos no esquema, já que recebia os valores sem prestar os serviços contratados.[SAIBAMAIS]Cerca de 30 policiais federais e doze servidores da Corregedoria Geral do Ministério da Fazenda participam da ação, em conjunto com o Ministério da Fazenda e o Ministério Público Federal (MPF). São cumpridos mandados de prisão preventiva contra um auditor-fiscal da Receita e a mulher dele, indiciados e denunciados por crimes de corrupção passiva e ativa. Além disso, a operação deve cumprir buscas e apreensões em escritórios e residências de suspeitos de integrarem o esquema criminoso em São Paulo e Brasília.
De acordo com a investigação da PF, a organização criminosa praticou fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro no Rio de Janeiro. O faturamento do contrato de licitação da Casa da Moeda ultrapassou a cifra de R$ 6 bilhões. O objeto contratado era o Sistema de Controle da Produção de Bebida (SICOBE), que tem por previsão a instalação de equipamentos contadores de produção, nas linhas de produção de bebidas frias (cervejas, refrigerantes, sucos, águas minerais e outras). O sistema também realiza o controle, registro, gravação e transmissão dos quantitativos, e os remete à Receita Federal, para fins de tributação.
Esfinge
A Operação Esfinge, segundo a PF, é um desdobramento da Operação Vícios, que no ano passado cumpriu mandados de busca em 23 endereços ligados aos investigados, incluindo gabinetes do edifício sede da Receita Federal, em Brasília, e na Casa da Moeda do Brasil.