Um grupo de estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) protestou na manhã desta sexta-feira (3/6) contra a crise na educação que o estado atravessa. Os manifestantes cobraram também mais respeito com os trabalhadores terceirizados da faculdade. Somente na última quarta-feira (1/6) cerca de 500 terceirizados foram demitidos devido ao atraso no pagamento do governo do estado à empresa contratada.
Os manifestantes fecharam a Rua São Francisco Xavier, no Maracanã, zona norte do Rio, nos dois sentidos, por volta de 20 minutos, o que causou um engarrafamento e discussões entre alunos e motoristas. Houve um princípio de confusão entre policiais e participantes do ato devido à tentativa da Polícia Militar (PM) de liberar a via para passagem dos motoristas. Ninguém ficou ferido.
Segundo a aluna do curso de serviço social Ana Carolina Nogueira, os estudantes reivindicam mais investimentos na educação e valorização dos professores e criticam a demissão em massa dos terceirizados na última quarta-feira.
;Estamos em greve já há três meses. E nos últimos dias houve essa demissão de mais de 500 funcionários terceirizados. Eles não recebiam há cerca de seis meses, vinham trabalhar, e agora são demitidos? E sem receber o que está atrasado? É inadmissível que a universidade seja conivente com essas práticas. O Estado proporcionou para essas pessoas condições de trabalho escravo. São centenas de famílias que ficaram sem emprego, sem ter o que comer a partir de agora. E ninguém se responsabiliza por isso;, disse.
As pautas reivindicadas pelos estudantes, segundo Ana Carolina, são a regularização do pagamento dos terceirizados, assim como o das bolsas dos estudantes cotistas e o passe livre municipal e intermodal. ;É o básico. A gente reivindicar transporte, como uma das nossas pautas, é um direito. A galera precisa ter essa ajuda para assistir às aulas.;
Já os docentes reivindicam a inclusão da dedicação exclusiva dentro da aposentadoria e um reajuste salarial. A estudante afirmou que já ocorreram quatro rodadas de negociações com representantes do estado na Câmara, mas que sempre são feitas apenas promessas não cumpridas. ;A negociação está se arrastando por conta da má vontade do governo. Eles falam e falam, mas não fazem nada;, disse.
A Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) afirmou, por meio de nota, que está concentrando esforços na geração de receitas extraordinárias que permitam o cumprimento de todos os compromissos financeiros. O texto ainda diz que os pagamentos serão feitos o mais breve possível, dependendo da disponibilidade de recursos em caixa. A prioridade, segundo a secretaria, é o pagamento dos salários dos servidores ativos, inativos e pensionistas.
Quanto às demissões, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação apenas disse que a grave crise financeira pela qual o estado e o país vêm passando tem sido responsável pelos problemas no fluxo de caixa do governo, o que causa proble