postado em 12/06/2016 22:26
A Avenida Paulista, em São Paulo, é palco na noite de hoje (13) de uma homenagem às vítimas de um atirador solitário que matou 50 pessoas e feriu 53 na boate Pulse, voltada para o público LGBT em Orlando, estado da Flórida, nos Estados Unidos. Os números foram confirmados pela polícia local e o atirador, que também morreu, foi indentificado como Omar Mateen, 29 anos, norte-americano de origem muçulmana.
Com velas e faixas, diversas pessoas fazem uma vigília pelos mortos do massacre em Orlando e lembram também todas as vítimas de homofobia pelo mundo. O ato, chamado de Vigília pelas Vítimas de LGBTfobia, foi convocado pelas redes sociais e começou por volta das 18h, ainda quando a avenida estava fechada para carros [aos domingos, a Avenida Paulista é aberta durante o dia apenas para pedestres e ciclistas]. Pouco depois, os manifestantes carregaram as velas e faixas para o vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), onde o ato prosseguiu.
O estudante de psicologia Bruno Zaidan, 22 anos, militante do movimento Juntos LGBT, disse que o massacre em Orlando foi ;claramente um ato LGBTfóbico. Ainda estão vendo a ligação com o Estado Islâmico, mas é claramente um ato LGBTfóbico, como vemos acontecer diariamente no Brasil, onde temos milhares de pessoas assassinadas por serem LGBT;.
Zaidan criticou ainda a nota do Itamaraty sobre o massacre: ;A nota diz que isso é simplesmente um caso de terrorismo quando, na verdade, é um caso que reflete também, além de quaisquer motivações terroristas que estejam envolvidas, toda cultura LGBTfóbica onde estamos inseridos;, disse.
Maju Giorgi, 50 anos, do movimento Mães pela Diversidade, diz que outras mães estão presentes também ao ato para dizer ;que nossos filhos não vão ser estatística;. ;Estamos super consternadas porque poderia ser um de nossos filhos;, disse ela à reportagem.
;O Brasil é campeão mundial de assassinatos por violência homofóbica. A cada dia, no ano passado, 315 LGBTs foram mortos. Vamos nos emocionar por tudo, não só por um ato isolado e nos mobilizar por tudo porque aqui se matam quatro vezes mais, por ano, do que mataram ontem;, disse Maju.