Moradores de Heliópolis, na zona sul da capital paulista, acusam policiais militares de atirar no pescoço e matar um cachorro que corria atrás de uma viatura, na noite do último sábado, 11. Houve protestos e um ônibus foi incendiado. O caso ocorreu na Rua Coronel Silva Castro. Segundo os moradores, uma viatura modelo Spin, passou três vezes pela rua. Em todas, foi seguida pelo cachorro. Quando passaram pela quarta vez, um policia teria atirado no animal.
O cachorro era o vira-lata Bob, de 5 anos. Há quatro, ele morava na rua, mas era cuidado por todos os moradores da região. Ele recebia alimentação, banho, tinha uma cama improvisada na calçada e até ia ao pet shop. "Ele era muito querido. Brincava com as crianças, com todo mundo. O que aconteceu foi uma covardia. O pior, foi o policial atirar e ir embora dando risada", contou uma moradora que preferiu não se identificar por medo de represálias.
Segundo ela, quando o policial atirou, duas crianças brincavam com o cachorro. A mãe delas confirmou a história, mas não quis conceder entrevista. Os moradores garantem que a cápsula ficou alojada em Bob, que foi enterrado em um terreno do bairro. A cápsula foi guardada. "Se quiserem investigar é só descobrir quem era o policial que estava com a arma que disparou essa bala É só ter boa vontade", disse a moradora.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que "a PM está realizando patrulhamento no entorno de bailes funk da região para prevenir crimes, garantir a segurança e o sossego da população, quando necessário". A pasta informou que naquele sábado um grupo incendiou um ônibus na Estrada das Lágrimas e ateou fogo em sacos de lixo na Avenida Almirante Delamare para protestar contra a operação policial. "A Força Tática chegou no local e os suspeitos dispersaram. A PM esclarece que não há registro de animais feridos", acrescentou.
A operação da PM e a depredação do ônibus foram registradas no 95.; DP (Heliópolis) e no "boletim não há nenhuma menção a um animal ferido", segundo a secretaria. "A Polícia Civil solicita aos moradores o registro do fato, para que a investigação possa ser realizada", declarou.